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Itaipu retoma grupo de trabalho e reforça saúde na fronteira

O Grupo de Trabalho Itaipu-Saúde (GT Itaipu-Saúde) voltará a se reunir ainda neste mês de março. As atividades do grupo foram temporariamente interrompidas em novembro de 2019, para o desenvolvimento de um novo planejamento, voltado principalmente ao aumento da efetividade de suas ações e, também, à adequação às premissas de austeridade da gestão do diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna. O novo calendário de reuniões deve ser divulgado nos próximos 15 dias.

A gestão do GT Itaipu-Saúde é binacional, compartilhada pelas margens brasileira e paraguaia da Itaipu – que financia, promove e apoia todas as atividades do grupo. “Em nenhum momento a empresa pensou em acabar com o GT, mas apenas em promover um rearranjo com o objetivo de torná-lo ainda melhor”, explica o novo gestor brasileiro do GT Itaipu-Saúde, o diretor de Coordenação da Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell.

A principal mudança está na operacionalização do GT Itaipu-Saúde, que não será mais feita pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), mas pela Fundação Itaiguapy, administradora do Hospital Ministro Costa Cavalcanti. “Ela é mais indicada para isso, diante da natureza das próprias instituições”, afirma Carbonell. “A Fundação Itaiguapy possui experiência, estrutura e capacidade para tornar os resultados do GT ainda melhores.”

Segundo Carbonell, entre as prioridades na retomada das atividades estão a colaboração no combate ao surto transfronteiriço de dengue e, também, o estudo de estratégias sobre a possível chegada do coronavírus na região. “O combate a epidemias é feito via articulação junto às autoridades competentes dos três países, por meio de ações conjuntas e coordenadas que alcançam resultados mais efetivos.”

O GT Itaipu-Saúde
Formado por profissionais da área de saúde do Brasil, Paraguai e Argentina, sob a coordenação da Itaipu Binacional, o GT Itaipu-Saúde foi constituído em 2003, com o objetivo principal de colaborar para o fortalecimento das políticas públicas de saúde na região da Tríplice Fronteira.

O GT Itaipu-Saúde possui um regimento próprio e suas ações são baseadas na integração e na cooperação entre os países vizinhos, contribuindo para a promoção, prevenção e vigilância da saúde, com foco no enfrentamento de problemas prioritários em sua área de influência direta, que abrange cerca de 1,5 milhão de habitantes.

Em média, cem pessoas participam de cada reunião. Os encontros são mensais – normalmente na Itaipu – e neles há o debate, proposição e elaboração de projetos a serem apresentados a organismos competentes, além da promoção de oficinas e seminários sobre diversos temas ligados à saúde. Os profissionais que dele fazem parte atuam em comissões técnicas temáticas com abordagem integrativa. A participação nas atividades do GT Itaipu-Saúde é aberta a todos os interessados, sendo livre a manifestação de membros e não membros.

O GT Itaipu-Saúde contribui com a formação e a capacitação de recursos humanos para a gestão e o desenvolvimento na área de saúde, fortalecimento do bem-estar, a prevenção de doenças e de epidemias e apoio à integração e articulação dos serviços de saúde na Região Trinacional, atendendo ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 3: Saúde e Bem-estar.

Conquistas
Em seus 17 anos de atuação, o GT Itaipu-Saúde obteve muitas conquistas e se estabeleceu como o principal fórum de debates sobre saúde na região. Veja alguns dos resultados já alcançados pelo grupo:
• Redução dos índices de mortalidade materno-infantil no Paraguai e na 9ª e 20ª Regionais de Saúde do Paraná (Foz do Iguaçu e Toledo), por meio de treinamentos oferecidos gratuitamente para centenas de médicos e enfermeiros;
• Erradicação da raiva canina no Paraguai, impedindo que a doença contaminasse humanos e avançasse para o Brasil, Argentina e Bolívia;
• Como suporte aos casos de saúde mental nas redes de atenção à saúde, formação de 70 terapeutas comunitários para o emprego de tecnologia social (produto, método, processo ou técnica criada para solucionar algum tipo de problema social e que atenda aos quesitos de simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade e impacto comprovado);
• Implantação da Política Pública de Saúde do Homem no Paraguai, como estratégia para a redução da morbimortalidade masculina;
• Implantação na Tríplice Fronteira da Estratégia DOTS (Directly Observed Treatment Shortly), para o controle da tuberculose e acompanhamento dos pacientes em tratamento.
• Realização de pesquisa sobre a qualidade de vida de idosos na Tríplice Fronteira, como instrumento de auxílio às tomadas de decisões por parte dos gestores de saúde. Trabalho inédito nos três países;
• Melhora de 100% da qualidade dos registros de dados nas unidades de saúde no Departamento de Canindeyú, no Paraguai, proporcionando segurança para os gestores na tomada de decisão;
• Implantação do 1º Banco de Leite Humano, em Assunção, como estratégia de incentivo ao aleitamento materno, nutrição neonatal e redução da morbimortalidade infantil;
• Proteção e promoção da saúde e bem-estar de cuidadores domiciliares, levando em consideração os fatores de riscos físicos, psicológicos e ocupacionais e favorecendo a qualidade de vida desses trabalhadores e dos que recebem sua atenção;
• Matriciamento em saúde mental na Tríplice Fronteira, integrando saúde mental e atenção básica em um modelo de cuidados colaborativos, facilitando o diagnóstico precoce de distúrbios ou patologias mentais;
• Como apoio às múltiplas necessidades do povo Guarani, capacitação de 218 Agentes Indígenas de Saúde em diversos temas, como primeiros socorros, alimentação saudável, prevenção ao alcoolismo e agricultura sustentável;
• Implantação do Centro de Medicina Tropical da Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu, voltado à vigilância epidemiológica e detecção precoce do risco de transmissão de doenças emergentes e reemergentes na região, especialmente no combate à dengue, zika e chicungunya;
• Implantação do Método de Vigilância Integrada em Foz do Iguaçu, para unificar os serviços de Vigilância em Saúde, com ênfase à prevenção e o controle da transmissão de dengue, zika e chikungunya.