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INFLAÇÃO DE LULA É 37% MENOR QUE A DE FHC

Com a divulgação da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2009, ficam mais nítidos tanto o impacto social como o custo da estabilidade de preços dos sete primeiros anos de governo do presidente Lula. O índice fechou 2009 com taxa acumulada de 4,31%, abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, de 4,5%. Trata-se do segundo menor índice desde 2000, acima apenas dos 3,14% de 2006.

Entre 1995 e 2002, durante o período de implementação do Plano Real, no governo Fernando Henrique Cardoso, o IPCA médio ficou em 9,1%. De 2003 a 2009, sob o governo do PT, o índice médio caiu para 5,7%. Ou seja: a inflação média anual dos sete anos de Lula é mais de um terço (37%) menor que a dos oito anos de FHC.

O resultado de 2009 deveu-se principalmente à crise externa, que reduziu a demanda internacional por alimentos, elevou a oferta interna e barateou produtos. Além disso, o dólar, desvalorizado, derrubou o preço de itens essenciais.

As informações são de reportagem de Marcio Aith, na Folha de S.Paulo (só para assinantes), que pode ser lida na íntegra clicando AQUI

Inflação de Lula é 37% menor que a de FHC

Inflação de Lula é 37% menor que a de FHC

Estabilidade amplifica efeitos de programas sociais; para críticos, mesmo resultado poderia ser obtido com juros menores

Nos últimos sete anos, custo de vida das famílias de baixa renda aumentou menos do que o da parcela mais rica da população

MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a divulgação da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2009, ficam mais nítidos tanto o impacto social como o custo da estabilidade de preços dos sete primeiros anos de governo do presidente Lula. O índice fechou 2009 com taxa acumulada de 4,31%, abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, de 4,5%. Trata-se do segundo menor índice desde 2000, acima apenas dos 3,14% de 2006.

Entre 1995 e 2002, durante o período de implementação do Plano Real, no governo Fernando Henrique Cardoso, o IPCA médio ficou em 9,1%. De 2003 a 2009, sob o governo do PT, o índice médio caiu para 5,7%. Ou seja: a inflação média anual dos sete anos de Lula é mais de um terço (37%) menor que a dos oito anos de FHC.

O resultado de 2009 deveu-se principalmente à crise externa, que reduziu a demanda internacional por alimentos, elevou a oferta interna e barateou produtos. Além disso, o dólar, desvalorizado, derrubou o preço de itens essenciais.

Transferência de renda
Associada ao aumento do salário mínimo e a programas de transferência de renda, a inflação mais baixa funcionou como motor de redução da pobreza. Em 2003, com um salário mínimo, comprava-se pouco mais de uma cesta básica (1,5). Hoje, compra-se algo mais que duas (2,2) cestas básicas.

Além disso, nesses últimos sete anos, o custo de vida das famílias de baixa renda foi menor do que a inflação dos mais ricos. Segundo indicadores fornecidos à Folha pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os bens e serviços que pesam mais no orçamento das famílias com menor renda em São Paulo subiram 45,18% entre 2003 e dezembro de 2009. Nesses mesmos sete anos, a cesta de consumo dos que ganham mais subiu 47,9%.

O IPCA é o índice oficial utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas de inflação -o objetivo foi cumprido em seis dos últimos sete anos. Para o presidente do BC, Henrique Meirelles, esse histórico trouxe mais previsibilidade para a economia, o que contribuiu para um crescimento mais acelerado do PIB e para o aumento da renda do trabalhador. "O Brasil inicia a segunda década do século 21 [na realidade, ela começa em 2011] com respeito internacional e com a perspectiva de um crescimento sustentado por longo tempo."

No entanto, sobram críticas, dentro e fora do governo, de que o custo dessa conquista foi muito exagerado, em termos de juros elevados e da decorrente valorização do real. "É claro que o governo acertou ao manter o processo de estabilidade, mas houve exagero na ortodoxia do BC", diz Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp.

Segundo Giannetti, o mesmo resultado poderia ter sido obtido com juros mais baixos e outros mecanismos, pois os preços hoje seriam mais determinados pela expansão do crédito do que pela taxa do BC. "O comércio exterior dá uma contribuição negativa ao crescimento do PIB por causa do câmbio valorizado", diz Giannetti. "E os juros do BC são um dos principais motivadores desse câmbio."

Segundo a Fiesp, a política monetária do BC foi um dos fatores pelos quais, sob Lula, a distância entre a média de crescimento do Brasil e a dos emergentes subiu entre 2003 e 2008 (3,1 pontos percentuais) em comparação com o período 1995-2002 (2,2 pontos).
A crítica é compartilhada por integrantes do governo. Em entrevista ao "Jornal do Brasil", o vice-presidente, José Alencar, disse que, com juros menores, o Brasil ganharia "no mínimo" mais dez PACs.

Colaborou a Sucursal de Brasília