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IDIOTIA

"Para começar o Serra não é o FHC e a Dilma não é um Lula e neste quadro partidário os partidos são verdadeiras confederações de tendências ideológicas. O debate ideológico programático não ocorre e os petistas fogem dele como o diabo da cruz, já que ao empurrarem a discussão para o passado eles não têm de darem as respostas sobre os seus rompimentos com os seus discursos históricos desenvolvimentistas."

Trecho do artigo "Idiotia" do Carlos Molina. Leia a íntegra clicando AQUI

IDIOTIA

IDIOTIA

Idiotia é na psiquiatria o grau mais elevado da tríade oligofrênica, e os indivíduos portadores possuem o menor grau de desenvolvimento intelectual.

É assim que querem no tratar, já que em vez de respeitarem o nosso intelecto e nos verem como cidadãos nos tentam empurrar goela abaixo um amontoado de meias verdade relacionadas ao passado para fugirem da discussão sobre o que será o nosso futuro.

Às vezes fico cansado e até desanimado em relação a participação nos debates, que deveriam ocorrer no campo das idéias e com um mínimo de imparcialidade, mas não ocorrem e outros tentam transformar um debate sério, pois nele está sendo construído o nosso futuro, mas o tratam como se fosse uma gincana.

Para começar o Serra não é o FHC e a Dilma não é um Lula e neste quadro partidário os partidos são verdadeiras confederações de tendências ideológicas. O debate ideológico programático não ocorre e os petistas fogem dele como o diabo da cruz, já que ao empurrarem a discussão para o passado eles não têm de darem as respostas sobre os seus rompimentos com os seus discursos históricos desenvolvimentistas.

O que está mais do que claro é que no governo Lula ocorre a falta de projeto desenvolvimentista para o país, e este do ponto de vista de rompermos com o processo de desindustrialização por que passa o país, que está estagnado como aponta os baixos índices de desenvolvimento do país, o que no governo Lula acelerou.

Este governo nos empurrou de volta a sermos principalmente meros exportadores de commodities o que fica claro com a diminuição das exportações de produtos industrializados causados pela falta de competitividade de nossos produtos por causa dos altos custos de financiamento da produção como pela alta tributação. Assim o governo do PT asfixia a economia, o que garante altos lucros aos banqueiros, fazendeiros e empreiteiros amigos do Lula.

Embora algumas medidas tenham sido meio radicais, o FHC não errou ao estabilizar a moeda, mas somente manter as políticas econômicas dele, que é o que o Lula fez, não bastava, pois com a moeda estabilizada o segundo passo era a implantação de políticas públicas que nos levassem ao desenvolvimento tecnológico industrial exportador, mas isto não ocorreu, pois as medidas monetárias necessárias para estabilizarem a economia se tornaram definitiva durante o governo Lula, o que tanto veio de agrado ao atendimento dos interesses dos banqueiros.

No campo em vez se investir pesado na agro industrialização, na democratização do acesso a terra pela reforma agrária, na segurança alimentar, no apoio ao micro e pequeno produtor, já que estes comprovadamente são os que são responsáveis pela maior parte dos alimentos em nossas mesas, inclusive pela maior qualificação técnica dos mesmos, preferiu chamar os grande fazendeiros de heróis. Não que estes não tenham importância do ponto de vista do nosso desenvolvimento econômico, pois a possuem, mas sim que em primeiro em vez de só priorizar as commodities como foi feito e deveria ter cumprido o compromisso de manter o homem no campo e dar a maioria da população o direito a uma alimentação farta e barata.

Chega de sermos meros exportadores de matéria prima. Para o Brasil poder se desenvolver o centro da atividade econômica tem de ser a indústria, pois com ela além de agregarmos novos valores a nossa produção de produtos primários iremos gerar empregos com melhor remuneração, o que é vital para fortalecermos o mercado interno pela melhora do consumo.

No governo Lula o aumento do consumo não está relacionado com o aumento da renda e da poupança, mas sim no endividamento da maior parte da população, que para comprar um produto a prazo é obrigada no final a ter pagado o valor de três.

Em vez de baixar os juros o Lula para que os industriais tivessem como buscar dinheiro junto ao mercado como também reduzir de forma permanente as altas taxas de juros, o que faria o mercado por si só s estabilizar ele manteve os juros altos e os impostos só foram reduzidos de forma momentânea, contingencial.

Com a enorme propaganda falsa da baixa dos preços, que só serviu para quem estava capitalizado, o que não era o caso da maioria da população, o povo se endividou além do limite e só a dívida popular gerada com a compra de carros atingiu a marca de 160 bilhões de reais. Com os mais pobres não ocorreu diferente, pois iludidos todos foram se endividar comprando geladeiras, fogões, etc. nas grandes lojas de rede.

Com o povo sem dinheiro e endividado a tendência é de que o consumo seja reduzido ao mínimo necessário para a sobrevivência (comida, produtos de higiene, etc.), assim logo este baixo consumo irá refletir em queda de produção e em deflação, o que acarretará mais desemprego e fechamento de portas de indústrias.

Enquanto a Dilma tenta a todo o momento afirmar que ela será uma mera continuidade do governo Lula o Serra começa a formular um discurso diferente, desenvolvimentista industrial:

É importante que a indústria se desenvolva também exportando, não apenas atendendo o mercado interno. São falaciosas as teses de que o Brasil deve permanecer exportador de produtos primários ou focar a economia de serviços.

grande parte da força de trabalho está subempregada. Não vamos conseguir gerar os empregos num país de 180 milhões de habitantes sem indústria.

Não que aqui esteja defendendo o Serra, ao qual também tenho muito a criticar, mas reconheço que quando ele por este discurso aponta o caminho do desenvolvimentismo e a Dilma fala em manter o que este governo tem feito e da forma como tem feito e vejo aqueles que antes defendiam a monetarização da economia virem com o discurso em defesa da industrialização, da baixa das taxas de juros, da educação, etc. vejo que na política tudo é mutável e as vezes para melhor.

Carlos Molina