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Homenagem reúne 30 mil pessoas no Estádio Couto Pereira, em Curitiba

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“Vamo vamo Chape”. Uma homenagem às vítimas do acidente com o avião da Chapecoense reuniu mais de 30 mil pessoas nesta quarta-feira (7) no estádio Couto Pereira, em Curitiba. Além das palavras de afeto aos mortos e feridos na tragédia com o avião, o discurso era de paz e união.

O Couto Pereira seria o palco do segundo jogo da final da Copa Sul-Americana, que envolvia a Chapecoense e o Atlético Nacional. O local foi escolhido pelo clube catarinense, que não poderia usar a Arena Condá – o estádio não tem a capacidade mínima exigida pela Conmebol para uma final internacional. O primeiro duelo seria em Medellín. As informações são do Bem Paraná.

Contudo, na madrugada do dia 29 de novembro, véspera do primeiro jogo, o avião que levava a delegação da Chapecoense à Colômbia caiu. O saldo da tragédia: 71 mortos, incluindo jogadores (19), integrantes da comissão técnica do clube e membros da imprensa. Houve seis sobreviventes.

Segundo a polícia, o Couto Pereira estava com lotação máxima – o público exato não foi divulgado. Muitas pessoas acabaram ficando de fora do estádio.

Mesmo antes das homenagens, torcedores de Atlético, Coritiba e Paraná Clube, além de outros clubes do Brasil, falavam em paz nos estádios. Dentro do estádio, estavam todos misturados. Havia torcedores até de organizadas como Os Fanáticos (Atlético) e Império Alviverde (Coritiba), lado a lado – e sem adereços de torcida.

Dois profissionais da imprensa, Mauro Mueller (ex-colunista do Bem Paraná) e Janaina Castilho foram os mestres de cerimônias. O cântico “Vamo vamo Chape”, eternizado num vídeo feito pelos jogadores da Chapecoense e que viralizou na internet, foi entoado pelas mais de 30 mil pessoas presentes ao Couto. O telão mostrou imagens da equipe em jogos deste ano. Houve também um culto ecumênico.

Uma placa com os nomes das 71 pessoas mortas foi descerrada no Couto. Todos os nomes foram saudados pelo público presente. Houve referência especial ao técnico Caio Júnior, aos jogadores que passaram pelo futebol paranaense – como Gil, Sérgio Manoel, Cleber Santana e Danilo – e Pipe Grohs, analista de desempenho da Chapecoense, que é de Curitiba.

A partir das 21h10, os torcedores presentes começaram a gritar “é campeão” – a Chapecoense foi declarada campeã da Sul-Americana pela Conmebol. Depois, intensificaram-se os cânticos de “Vamo vamo Chape”.

Às 21h45, momento em que seria o pontapé inicial da partida, houve um pontapé inicial simbólico no Couto Pereira. Os refletores se apagaram e os torcedores usaram as luzes do celulares. A cerimônia ainda teve 71 tiros de morteiro, em referência às pessoas que perderam a vida no acidente.

Foto: Franklin de Freitas