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Gleisi deve escudar a ação contra Cunha

Não é só na presidência da Câmara dos Deputados que a tensão toma conta nas últimas horas. O clima é mesmo nos gabinetes da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do seu colega Lindbergh Farias (PT-RJ). Nos corredores do Senado, o rumor dá contra que a ação da Procuradoria Geral da República contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estará acompanhada de mais duas ações contra outros parlamentares investigados pelos procuradores do MPF, o caso de Gleisi e Lindbergh.

As ações também contra os dois petistas – que fazem parte da base de apoio a presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado – devem servir para mostrar a isenção da PGR já que Cunha rompeu com Dilma e se tornou o principal adversário do Planalto, impondo diversas derrotas ao Planalto na Câmara dos Deputados. Um petista em Brasília disse que Gleisi ou Lindbergh podem ser “buchas de canhão” de Cunha.

Cunha, Gleisi e Lindbergh estão na lista dos 47 políticos em que o STF autorizou a abertura de inquérito para apurar a participação em esquema de desvio de recursos da Petrobras através de propina ou doações suspeita para campanhas eleitorais. Gleisi responde por crime de corrupção passiva qualificada no SFT.

A petista foi denunciada por receber dinheiro desviado da Petrobras conforme apurou a Polícia Federal nas investigações da Operação Lava-Jato. O nome de Gleisi no esquema surgiu nas delações, aprovadas pela Justiça Federal, do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa. O marido de Gleisi, o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT) também é arrolado no inquérito da petista no STF.

As doações das empreiteiras investigadas pela Lava Jato, que ultrapassam a R$ 7,5 milhões, para campanhas da petista também são investigadas na Lava Jato. O eventual crime praticado por Gleisi, segundo o Ministério Público Federal, é tipificado no artigo 137 do Código Penal e prevê pena de reclusão de dois a 12 anos e multa. Conforme a petição do MPF, Gleisi faz parte do “núcleo político” da “organização criminosa complexa” que tem outros três núcleos: econômico, administrativo e financeiro.

Na última semana, os nomes de Gleisi e Paulo Bernardo voltaram á baila na 18ª fase da Lava Jato, nominada como Pixuleco II, onde o escritório de advocacia das campanhas da petista é apontado como receptor de R$ 7,2 milhões de propinas em outro esquema que envolve subcontratos no Ministério do Planejamento entre 2003 e 2006, na época comandada pelo marido de Gleisi, o bancário Paulo Bernardo.