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Gilbertinho continua no governo Dilma, decide Lula

Gilberto Carvalho continua no governo Dilma, decide Lula

A presidente Dilma Rousseff decidiu manter o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) no governo após recomendação do ex-presidente Lula para que o aliado seguisse no cargo.

Segundo a Folha de S.Paulo apurou, Lula transmitiu, na última sexta-feira (18), ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) seu incômodo com a “fritura” de Carvalho por meio de críticas a ele vazadas à imprensa por integrantes do Palácio do Planalto.

Conforme interlocutores, o ex-presidente explicou que defendera a ida de Carvalho para a campanha no início do ano, mas que o Planalto preferiu esperar o término da Copa. Ocorre que, de lá para cá, o ministro da Secretaria-Geral passou a ser alvo do chamado “fogo amigo”.

A própria presidente Dilma Rousseff se irritou com declarações recentes do ministro sobre as vaias dirigidas a ela na abertura da Copa. Para ele, era um erro achar que xingamentos dirigidos à chefe no evento em São Paulo partiram apenas da elite.

Algumas das críticas que circularam pelos jornais contra Carvalho foram atribuídas por petistas ao próprio Mercadante. Auxiliares do chefe da Casa Civil negam a versão.

Na segunda (21), Carvalho e Mercadante tiveram uma dura discussão e o ministro da Secretaria-Geral, segundo a Folha apurou, reclamou que estavam querendo jogá-lo na campanha feito “um bagaço usado”.

Alguns dias atrás, chegou ao Instituto Lula a informação de que Mercadante chegara a indicar um nome de sua confiança para a pasta.

Assessores da Casa Civil relataram que ele sondou para o cargo Laís Abramo, representante da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e filha do sociólogo Perseu Abramo, antes mesmo de Gilberto Carvalho ser informado oficialmente sobre sua saída. Até segunda-feira, sua exoneração era dada como certa.

O ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) também foi sondado para a vaga de Carvalho.

Desde o começo, Carvalho não escondeu sua intenção de seguir na pasta, comprometendo-se a ajudar na corrida sucessória após o expediente sob argumento de que teria mais força e melhor acesso à candidata de dentro do Palácio do Planalto.

“Minha disposição é de seguir fazendo meu trabalho no governo, acho que posso ser mais útil daqui, mas essa decisão não é minha, é da presidenta”, disse o ministro à Folha na semana passada.

No PT, a avaliação é de que as negociações para a substituição foram mal conduzidas pela Casa Civil. A articulação frustrou a expectativa da campanha de ter, em tempo integral, um porta-voz próximo aos movimentos sociais, hoje mais distantes do governo.

Com a decisão da presidente de não liberar seu auxiliar, Carvalho passa a integrar o grupo de ministros que atuam como uma espécie de “agente duplo”. Mercadante e o titular das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também participam das principais articulações da campanha.