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Foz Eco (Mico) 2007

O jornalista e escritor Jackson Lima revela em seu blog Notas de Turismo a verdadeira ‘tramóia’ por trás do Rio+15, evento que teria sido capitaneado pela secretaria especial de mesmo nome. criada pelo prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald (PDT), especificamente para cuidar do evento. "Que evento?", indaga Lima. "Fui informado que a Eco Foz ou Foz Eco 2007 gorou. O evento foi transferido para 2008. Quem também quer gorar, no ovo, é a secretaria Rio+15. Em vez da secretaria, o prefeito estaria convocando uma junta ou um mini cluster (aglomerado) de secretarias e entidades, organizações civis, cidadania, bombeiros, Ceasa para organizar o evento". Confira a íntegra do artigo clicando em Reportagens.

Foz Eco (Mico) 2007

Foz Eco (Mico) 2007

por Jackson Lima

Fui informado que a Eco Foz ou Foz Eco 2007 gorou. O evento foi transferido para 2008. Quem também quer gorar, no ovo, é a secretaria Rio+15. Em vez da secretaria, o prefeito estaria convocando uma junta ou um mini cluster (aglomerado) de secretarias e entidades, organizações civis, cidadania,bombeiros, Ceasa para organizar o evento. Que evento?

Quando nasceu, a Rio+15 aspirava a ser um evento da comunidade internacional ligado a Unesco. Até o nome é internacional. Deixe-me explicar: Em 1992, a ONU convocou uma “cimeira” (este é nome do evento) para discutir o ambiente – a vida na terra. Após o encerramento, a ONU pré-marcou uma segunda reunião para 10 anos depois chamada Rio+10 que aconteceu na África do Sul. Seria uma reunião para avaliar o que aconteceu em 10 anos. A reunião Rio+10 não trouxe novidades e a ONU não quis pré-anunciar uma Rio+20. Todos estavam decepcionados. O Brasil apresentou as grande hidrelétricas como "sustentáveis" e como modelo ecológico. Pode?

Daí, de repente, aparece no ar uma convocação para a Rio+15 em Foz. Quem estava convocando o quê? A Unesco, disseram. Ora segundo a hierarquia das organizações, a Unesco não pode convocar um evento da ONU. A Unesco é parte do sistema das Nações Unidas ou seja a Unesco foi criada pela ONU. No final se disse que quem estava convocando "cimeira" iguacuense era a Cátedra Unesco de Turismo da Universiddade de Paris-Sorbonne. Não pode, pensei e consultei gente.

Uma cátedra da Unesco, segundo a hierarquia das organizações internacionais da família ONU não pode convocar nada em nome da Unesco. A Cátedra só tem status consultivo. A comunicação (os jornalistas e professores de jornalismo) no Brasil tem uma cátedra Unesco ligada à Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) dirigida pelo professor José Marques de Melo. Em seguida fiquei sabendo que quem tinha inventado a Rio+15 era Foz do Iguaçu. Mas já não era uma “cimeira” na família Rio+qualquer coisa. Desta vez era uma secretaria municipal.

E que fazia a Secretaria Rio+15? Organizava o quê? Um evento e etc mas e daí? Não soube nada mais. Fiquei calado e quieto por aí e fui para o exílio. E agora vem esta bomba: não tem mais evento em 2007. Não tem mais Rio+15. Não tem mais Unitwin Cátedra Unesco / Sorbonne. E diz ainda, Foz vai perder o evento para Curitiba. Tranqüilizem-se, não há carreira deseperada para sediar nada e muito menos Curitiba que se consagrou com a COP3 e MOP4 em 2006 – estas sim, reuniões preparatórias da ONU para coisa muito séria que afeta nossa vida e o planeta. Curitiba não precisa disso.

É a velha questão do inventar rodas. Foz não pode inventar tantas rodas. E sabe o que o pessoal inventou ainda? Uma Agenda 19 para as região dos três países. Foi outro grupo. Mas não pode haver Agenda 19, eu disse. Agenda + um número qualquer é frase da ONU que veio da “cimeira” de 1992. O número 21 se refere ao século. Agenda para o século 21. Aí eu disse, bah, como Foz conseguiu criar uma agenda para o século 19? Aí me explicaram: o número 19 nosso tem a ver com os 19 pontos ou exigências da Agenda. Aí eu disse: então explique melhor! Eu me divirto. Mas eu juro, o povo é bom. Eu agarantio! Pena que tenha que pagar tanto mico.

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