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Força, Roni

O jornalista Ronildo Pimentel foi por vários anos editor do Boca Maldita – hoje edita o blog CabezaNews. Recentemente passou por duas perdas consideráveis: o pai, seu Noé, e nesta semana a neta, Laura, filha de Bruna, sua filha.

O blog Boca Maldita reproduz – e a sua equipe faz dessas também suas palavras – texto do jornalista Rogério Bonato, diretor de redação do jornal Gazeta Diário.

Toda nossa solidariedade ao Roni, Bruna, Nádia e toda a família.

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Conheço o Ronildo Pimentel desde mocinho, dos tempos de Guarda Mirim e depois mais ainda, quando resolveu arriscar na carreira do jornalismo; juntos começamos o lendário Diário da Cidade, em 1984. Lembro-me bem do que lhe disse: “vai ser padeiro, malabarista de circo, mecânico, guia de turismo”; ele sorriu e disse, “não já sou jornalista”. Nunca nos largamos na carreira profissional e nem na amizade. O acompanhei do rock aos blogues e sempre, nos impressos.

É uma pessoa perspicaz, ao mesmo tempo humilde, com visão extraordinária de mundo e de humanidade; de uma sensibilidade indescritível. Olhando para alguém assim, como é ele em sua essência, não consigo imaginar a dimensão da sua tristeza.

Nos últimos dias, Ronildo enfrentou o ápice de todos os sentimentos, o que não é fácil para um coração tão grato pela vida e a essência do que há nela, nessa tarefa tão simples ao mesmo tempo delicada: o exercício de viver. No espaço de um mês, Roni se despediu do pai, Noé Lamarque Pimentel; tentou confortá-lo ao máximo, a mais dolorosa tarefa de um filho, mas no alento de entender a ordem natural das coisas; dias depois, num doce sopro de felicidade, ele recebeu a netinha Laura, uma formosura, mas que nasceu com uma grave deficiência cardiológica. A pequenina precisou ser submetida a um difícil procedimento e não resistiu.

Quem convive com o Ronildo tem noção de sua aflição, mas ele fez força para encarar a dor, estufando o peito e não desistindo de acreditar que tudo se superaria. Eu e todos os amigos de redação, também acreditamos. Agora nos resta a solidariedade e o entendimento de que nada é em vão. Teremos a doce lembrança da pequena Laura e a sensação de que ela é mais um anjinho a nos guiar, estrelinha que brilha num cantinho céu; que nunca se apagará e que olhará por todos nós. Força Ronildo, força Bruna!

Rogério Bonato