Durante o Emupar – Encontro dos Municípios do Paraná – realizado em Curitiba, quem pautou a discussão no campo do desenvolvimento sustentável foi a professora e pesquisadora Fabiana Campos Romanelli, da Unilivre. Ela fez um chamado direto aos prefeitos presentes: aderir ao Pacto Global da Agenda 2030 e transformar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em política pública real e local.
Fabiana destacou que 70% das metas da Agenda 2030 dependem da atuação direta dos municípios, e que adaptar os 17 objetivos da ONU à realidade local é um passo urgente para enfrentar problemas comuns como pobreza, desigualdade e mudanças climáticas.
“Planejar significa ter cidades resilientes, pensadas para os cidadãos e que enfrentem de forma organizada os problemas do presente. E para isso, os ODS são um caminho prático, e não apenas teórico”, afirmou.
Um dos exemplos apresentados por Fabiana foi a meta de, até 2030, garantir 100% de merenda escolar orgânica no Paraná — proposta que conecta educação, segurança alimentar, saúde e valorização da agricultura familiar. “É combate à fome com sustentabilidade, gerando renda e fortalecendo cooperativas locais.”
Na fala aos prefeitos, ela também fez questão de explicar a relação entre ESG e ODS: “A ESG é a forma como fazemos. Os ODS são os resultados que buscamos.” Segundo Fabiana, gestão de resíduos sólidos, coleta seletiva, saneamento e infraestrutura são áreas que ilustram bem essa interligação — e onde prefeitos podem agir com impacto direto na vida da população.
“Cada município tem desafios diferentes — o que é prioridade para Curitiba não é o mesmo para Santa Cecília do Pavão. Mas todos têm algo em comum: a responsabilidade pela governança e pela entrega de resultados concretos”, explicou, ao destacar o papel da governança (o “G” do ESG), que abrange desde compliance e Lei Geral de Proteção de Dados até a construção de diagnósticos municipais que orientem ações reais.
Fabiana também alertou que práticas de ESG são um diferencial na captação de recursos e financiamentos públicos e privados, especialmente quando vinculadas a metas claras e mensuráveis.
Ao final, a professora reforçou o convite às prefeituras para aderirem formalmente à Agenda 2030, com o apoio da Associação dos Municípios do Paraná. “Se quisermos de fato construir um Paraná com cidadania plena e justiça social, precisamos agir agora. A Agenda 2030 é uma ferramenta concreta para isso – e está ao alcance dos prefeitos.”
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