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Em Foz do Iguaçu, ‘Rombo’ no Cartão SUS atinge R$ 40 milhões/ano

Em Foz do Iguaçu, ‘Rombo’ no Cartão SUS atinge R$ 40 milhões/ano

Vereador Zé Carlos anuncia que a ‘varredura’ está proporcionando a queda na emissão de cartões de saúde de 100 por semana para 40 por semana

O Sistema de Saúde público é frágil e está à mercê de aproveitadores. “Foz do Iguaçu acumula mais de 800 mil Cartões SUS em detrimento a uma população de pouco menos de 270 mil habitantes, o que confirma essa realidade”, a afirmação é do vereador Zé Carlos, que no último mês apresentou o Requerimento 254/2015, que pede o cancelamento e o recadastramento imediato dos Cartões SUS no município.

Os moradores são prejudicados com a demanda excessiva e irregular, uma vez que estrangeiros acumulam 20% dos atendimentos nos serviços da saúde municipal (desconsiderando irregulares), disse. “Diante disso, se constata um grande volume de estrangeiros que estão se aproveitando para utilizar os serviços das unidades básicas de saúde e do hospital municipal causando gargalo no sistema de saúde pública”, afirma o vereador.

CONTROLE
Zé Carlos se reuniu nesta semana com o secretário municipal de Saúde, Charlles Bortolo, a fim de acompanhar as ações que estão sendo implementadas para ‘varrer’ os cartões irregulares do sistema de saúde em prol de um melhor atendimento aos usuários que têm direito. Entre as estratégias, o parlamentar foi informado que o Consulado do Brasil no Paraguai terá uma participação ativa no controle e emissão do Cartão SUS para os brasiguaios (brasileiros e seus descendentes que vivem naquele país). Assim, o Cartão do SUS será feito no Consulado e o requerente terá que provar, através de documentos legais, sua naturalidade.

Apesar de não haver dados concretos, o Ministério de Relações Exteriores estima que aproximadamente 400 mil brasileiros morem no país vizinho. Segundo o Consulado, desde 2005 até agora foram emitidos mais de 17 mil documentos para ‘brasiguaios’.

Segundo o secretário Bortolo, após a constatação da demanda excessiva, “atualmente, com o controle mais rígido, as emissões dos Cartões SUS que atingiam o número de 100 por semana caiu para 40”, observa.

O vereador destaca outa ferramenta importante de conferência sobre a moradia dos usuários, trata-se do georreferenciamento. “Esse mapa digital confere o endereço, a moradia

do usuário do cartão, comprova a residência evitando que o sistema atenda uma demanda para a qual não está preparado”, pontua.

RALO ABAIXO

O vereador Zé Carlos pontua, ainda, que, apesar do recadastramento, mais da metade dos pedidos de emissão de Cartões têm suspeita de irregularidades, como a adulteração de endereço. “Essa teia de falsificação atinge diretamente o sistema público de saúde, causando um rombo aos cofres e fragilizando os usuários do sistema. Para se ter uma ideia, hoje essas fraudes representam um prejuízo de R$ 40 milhões/ano. Valor esse que poderia ser investido em três novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)- cada unidade tem um custo de R$ 1 milhão/mês,- adquirir mais equipamentos, remédios, leitos, enfim um atendimento melhor para nossa população”, finaliza o parlamentar.

SOBRECARGA

Foz do Iguaçu conta hoje com 28 Unidades Básicas de Saúde, sete unidades de atenção especializada (UPA, Caps e ambulatório), além de dois hospitais, Siate e Samu. Mas por sua localização trinacional, o sistema de saúde está sobrecarregado, porque além dos estrangeiros – que deveriam receber atendimento somente em caso de emergência e urgência, mas utilizam o sistema para atendimento cotidiano como se morassem no município- a Saúde municipal atende toda a população lindeira que também carece de atendimento na saúde pública. Ao todo, Foz do Iguaçu responde pelo atendimento de um milhão de pessoas, 730 mil pessoas a mais do que o número de habitantes. Isso interfere diretamente do orçamento, levando ao colapso”, encerra Zé Carlos.