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Em Foz do Iguaçu, Justiça manda prender 3 PMs acusados de homicídios

Por Roque Ovelar, em A Gazeta do Iguaçu:

Três policiais militares foram presos na tarde desta sexta-feira (20) em Foz do Iguaçu sob acusação de participação direta em assassinatos registrados na fronteira. Um deles já estava detido na cidade de Cascavel.

Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Foz. Todos eles são lotados no 14º Batalhão de Polícia Militar.

“Não há dúvidas neste momento, de acordo com os relatos testemunhais e da vítima sobrevivente, de que esses três policiais efetivamente tenham envolvimento no crime”, afirmou o delegado da Homicídios, Marcos Araguari.

Conforme o inquérito policial, um dos PMs efetuou os disparos de arma de fogo, o segundo pilotava a motocicleta e o terceiro, que estava fardado e com uma viatura oficial da PM, cercou os fundos da favela para impedir a fuga das vítimas.

Os alvos, dois homens, um deles morreu na execução à tiros, o outro sobreviveu.

O crime ocorreu na Rua das Missões em uma favela próximo ao Jardim América, em 8 de maio de 2008. “Duas testemunhas, uma delas a própria vítima sobrevivente se encorajaram a procurar as autoridades e denunciar.

Elas, inclusive, solicitaram o ingresso imediato no programa de proteção à testemunha”, revelou. O delegado diz que não há informações sobre a motivação do assassinato.

Segundo Araguari, existe outro inquérito já concluído envolvendo a morte de Assis Vitor Abreu da Silva, executado à tiros recentemente em Foz, com participação de um dos PMs.

Milícia

Sobre a existência de uma suposta milícia envolvendo policiais, Araguari foi categórico: “Não podemos afirmar ainda, mas o modus operandi, a maneira pela qual os crimes são cometidos não deixa dúvidas que tem características de uma milícia”.

A identidade dos policiais não foi repassada à imprensa. Os acusados deverão ser interrogados na próxima semana.

O comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, Major Ronald Reinaldin, informou que irá aguardar a conclusão do processo para então adotar as medidas cabíveis, no âmbito disciplinar e administrativo.

Os três acusados poderão ser expulsos da corporação caso seja comprovada a participação deles nos crimes contra a vida. Eles aguardarão a conclusão do inquérito recolhidos nas unidades militares.