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EDITORIAL: O QUE É IMPORTANTE?

Da Agência Estadual de Notícias

A Agência Estadual de Notícias do Governo do Paraná comenta à imprensa as prioridades da imprensa do Estado. Em nota são apresentadas as prioridades que ficam de fora da pauta pelo direcionamento da mídia:

"A redução expressiva da mortalidade infantil, a geração de mais de 588 mil empregos, a balança cambial do Porto de Paranaguá, o avanço da educação pública, o bom desempenho das universidades estaduais no Enade, o maior piso salarial regional do País, o resgate da Copel, nada disso é importante para a mídia paranaense. Importante é falar de nepotismo". A íntegra da nota está no

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Editorial: O que é importante?

Editorial: O que é importante?

Da Agência Estadual de Notícias

É importante que o Paraná tenha conquistado os melhores índices nacionais na redução da mortalidade infantil, entre todos os estados brasileiros, passando de 16,72 óbitos a cada mil nascidos vivos em 2002 para 13,71 mortes a cada mil nascimentos em 2006?

Não, não é importante. O importante é falar de nepotismo.

É importante que a educação básica pública paranaense tenha melhorado significativamente em todos as medições do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ficando em primeiro lugar nas séries iniciais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio e em segundo lugar nas séries finais do Ensino Fundamental e ultrapassando metas estabelecidas pelo MEC para 2009?

Não, não é importante. O importante é bradar que parentes do governador trabalham no Estado, ainda que em funções voluntárias e não-remuneradas, como no Provopar.

É importante que o ensino superior público do Paraná tenha classificado sete de seus cursos entre os 25 melhores do Brasil no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e obtido o segundo lugar no ranking nacional, reflexo do aumento dos investimentos do Governo em suas universidades e faculdades?

Não. Importante é tratar de nepotismo.

É importante que o Paraná seja o estado brasileiro que, em proporção, mais gera empregos com carteira assinada no País, obtendo em julho o melhor saldo para o mês em toda série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com 13.635 trabalhadores contratados?

Claro que não. É, ao que parece, irrelevante. Fundamental é falar de nepotismo.

São importantes os mais de 588 mil postos de trabalho criados desde 2003, que tornaram o Paraná, em proporção ao número de habitantes, o Estado que mais gera empregos diretos no País, acumulando, sozinho, perto de 50 por cento dos empregos com carteira assinada da região Sul?

Não, não são importantes. Importante é tratar de nepotismo.

É importante mostrar que, das cerca de 215 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 165 mil beneficiam-se da isenção ou redução do ICMS implementada pelo governador em 2003? Lembrar que, graças a esse incentivo que recebem do Estado, as nossas empresas estão mais saudáveis, tanto que o Paraná apresenta o menor índice nacional de mortalidade de micro e pequenos empreendimentos, com uma taxa em torno de 2,1%?

De modo algum. Falar, incansavelmente, de nepotismo, é que é importante.

E o Programa Bom Emprego, que oferece dilação do pagamento de até 90% do ICMS em 48 meses, com prioridade para municípios de menor IDH, e já atendeu 90 empresas em 42 cidades, concedendo R$ 3,2 bilhões de incentivos e R$ 2,5 bilhões em investimentos e gerando mais de 14,5 mil empregos diretos e outros 41 mil empregos indiretos. Ele é importante?

Não, o Bom Emprego também não é importante. Importante é falar de nepotismo.

É importante lembrar que o governador propôs lei que aumentou de 25% para 30% o percentual do Orçamento do Estado destinado à educação? E o recém-aprovado aumento de 10% para os salários dos 110,5 mil professores da educação básica, que vai representar acréscimo de 18,36% na folha de pagamento, e que também foi proposto pelo governador? Isso é importante?

Nem um pouco. Importante, sempre, é o nepotismo.

Será importante o maior piso salarial regional do Brasil, que estabelece seis faixas salariais que variam de 527 a 548 reais e significa aumento de 15% em relação ao anterior?

Não, o piso regional, embora beneficie milhares de trabalhadores de categorias que não têm piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo, não tem a mínima importância. Importante mesmo é falar de nepotismo.

Tem importância recordar que a Copel, no início de 2003, estava virtualmente quebrada, vinda do maior prejuízo de sua história, de R$ 320 milhões em 2002, asfixiada por contratos lesivos, operando um sistema elétrico em frangalhos e com quadro de pessoal esvaziado? E que essa mesma Copel, hoje, é pública, tem programas de inclusão social e é extremamente lucrativa, registrando lucro líquido de R$ 613 milhões ao final do primeiro semestre, resultado 17% superior aos R$ 524,6 milhões apurados no mesmo período de 2007?

Ora, claro que não. Que relevância pode ter o resgate, a recuperação de um patrimônio inestimável dos paranaenses, ante o nepotismo?

E a Sanepar, antes alvo de uma privatização branca, que delegou o comando da empresa a acionistas privados, entre eles, Daniel Dantas, e que desde 2003 já recebeu perto de 2 bilhões de reais em investimentos na expansão do sistema estadual de saneamento? Isso deve ser importante, não?

Não, não é importante. Importante, sempre, é falar de nepotismo.

É importante que a receita cambial do Porto de Paranaguá tenha mais que dobrado, saltando de pouco mais de US$ 4 bilhões, em 2002, para US$ 11,8 bilhões em 2007? E que nossos portos tenham servido de inspiração para o governo federal suspender a privatização do sistema portuário brasileiro?

Não, não é importante. Importante é falar sobre nepotismo.

É importante que o Museu Oscar Niemeyer seja atualmente o museu brasileiro que mais exibe exposições simultâneas, com oito, dez mostras de alta qualidade? Que o MON tenha se consolidado como referência internacional de qualidade, conhecido e procurado no mundo todo, e que graças a ele o Paraná desequilibrou o eixo Rio-São Paulo nas artes plásticas, colocando Curitiba na rota das grandes exposições internacionais?

Não, isso também não é importante. Importante é o nepotismo.

E o belo trabalho de incentivo à geração de renda do Provopar, que incentiva a inclusão de renda e o artesanato paranaense, é importante?

Não, nem isso é importante. Importante é falar sobre nepotismo.