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Duzentos mil eleitores de Curitiba devem perder o título

por Ivan Santos
Jornal do Estado

Cerca de 200 mil pessoas devem perder o título de eleitor em Curitiba, por não regularizarem sua situação até a próxima sexta-feira, 20, quando termina o prazo para o recadastramento biométrico na capital. O número representa cerca de 15% dos mais de 1,3 milhão de eleitores da cidade. Quem não regularizar a situação terá o título automaticamente cancelado e não poderá votar nas eleições municipais de outubro.

Segundo os últimos números disponíveis pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR), até quarta-feira, 1.036.250 eleitores se recadastraram, o equivalente a 79,04% do total de eleitores curitibanos. Nesse dia, um total de 6.668 pessoas passaram pela Central de Atendimento do TRE.

Ontem, o movimento era baixo. Como a média das últimas semanas tem sido de 7,2 mil eleitores recadastrados ao dia, mantido esse patamar, até a próxima sexta-feira, cerca de 65 mil eleitores serão atendidos até o final do prazo. O que implicaria em pouco mais de 1.100.000 eleitores recadastrados até esse dia, contra um total de 1.310.968 eleitores atualmente registrados na cidade. Para recadastrar os 200 mil eleitores que faltam até o final do prazo seria preciso atender a mais de 23 mil pessoas ao dia. A Central do TRE, porém, tem capacidade para no máximo 12 mil atendimentos diários.

A implantação do voto biométrico – pelo qual os eleitores passarão a serem identificados pelas impressões digitais – está praticamente assegurada. Pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é preciso recadastrar pelo menos 80%, ou 1.048.000 eleitores, para que o novo modelo de votação seja adotado. A expectativa do TRE é atingir esse número neste final de semana, que será o último em que a Central estará funcionando em regime de plantão, no sábado e domingo, das 8 horas às 18h30. Até porque a procura também deve aumentar no final de semana. No domingo passado 9,3 mil eleitores foram recadastrados e a previsão é que esse número se repita na reta final.

Para se ter uma ideia do impacto que a “fuga” de eleitores representa na disputa política, as 200 mil pessoas que devem perder o título por não se recadastrarem representam mais de um terço da votação do hoje governador Beto Richa (PSDB) nas eleições de 2008, quando ele foi reeleito prefeito 778.514 votos. O número também é significativamente superior ao obtido pela segunda colocada, a hoje ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que teve na época 183.027 votos na disputa com Richa. Esse total também é superior aos 186.163 eleitores que deixaram de votar há quatro anos.

Levando-se em conta que a disputa deste ano para a prefeitura deve ser muito mais disputada, já que três candidatos: o ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT), o deputado federal Ratinho Júnior (PSC), e o atual prefeito, Luciano Ducci, aparecem tecnicamente empatados nas pesquisas, esses 200 mil votos seriam suficientes para decidir a eleição. Esse impacto é ainda maior no caso da eleição para a Câmara de Vereadores. Basta lembrar que em 2008, o vereador mais votado, Mário Celso Cunha (PSB), teve pouco mais de 6 mil votos.