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Duas datas, um compromisso!

Josué Gomes da Silva/Folha de São Paulo

Em maio, há duas datas nem sempre comemoradas com a devida ênfase pelos brasileiros: Dia da Mata Atlântica (hoje, 27) e Dia Internacional para a Biodiversidade (22).

Neste ano, contudo, devemos dar-lhes o devido peso, considerando que sediaremos a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentado (Rio+20), oportunidade para se reverter o aquecimento global, proteger o ambiente e os recursos naturais, equacionar a segurança alimentar e reduzir drasticamente a miséria.Os desafios são imensos! Porém o mais novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) -intitulado “A Perspectiva Global sobre Consumo Sustentável (PCS)”- contém informações alentadoras quanto às possibilidades de sucesso em algumas questões cruciais. O documento é baseado em 56 estudos de casos, desde acordos multilaterais e empreendimentos regionais no âmbito de políticas específicas a iniciativas do Estado, de empresas e da sociedade civil.

A boa notícia é que mais de 20 países, entre eles o Brasil, adotaram estratégias de PCS. O comércio, a indústria e outros setores também se engajam no processo!

É interessante, ainda, o fato de os governos não estarem partindo do zero. Muitas mudanças em direção à sociedade sustentável estão brotando nos países e nas comunidades.

Um exemplo é o chamado emprego verde. Há um movimento mundial neste sentido, a Green Jobs Initiative (iniciativa dos empregos verdes, em tradução livre). Trata-se de ação conjunta da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de entidades de empregadores e do Pnuma.

Foi lançada para avaliar, analisar e promover a criação desses postos de trabalho, que reduzem o consumo de energia e matérias-primas, limitam as emissões de gases de efeito estufa, minimizam os desperdícios, evitam a poluição, protegem e restauram o ecossistema.

O Brasil é um dos países-chave nesse movimento. Do mesmo modo, terá o projeto-piloto para o estabelecimento de princípios internacionais relativos ao “triple bottom line” (como é definido o tripé da sustentabilidade: social, econômico e ambiental). Este é um programa realizado por uma rede mundial denominada The Global Reporting Initiative, que congrega pessoas e organismos dedicados ao assunto.

Enfim, nosso país, muito mais do que sediar a Rio+20, vai se tornando protagonista em várias frentes. Nem poderia ser diferente, pois é grande o nosso compromisso perante as futuras gerações de brasileiros e o planeta na preservação da maior reserva mundial de biodiversidade e de dádivas da natureza, como a mata atlântica, que às vezes esquecemos de reverenciar na dimensão de sua importância.

JOSUÉ GOMES DA SILVA escreve aos domingos nesta coluna.

 

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