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Dois paranaenses estão cotados para suceder Eduardo Cunha

Dois paranaenses estão cotados para suceder Eduardo Cunha

Dois deputados paranaenses estão sendo cotados para suceder o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ) na presidência da Câmara. Além de Osmar Serraglio (PMDB), agora o deputado Sérgio Souza (PMDB) também está na lista dos cogitados para assumir o cargo, caso Cunha seja afastado. O nome dele apareceu nas articulações do PMDB – que estariam sendo comandadas pelo grupo do vice-presidente Michel Temer. As informações são de Ivan Santos no Bem Paraná.

As conversas de bastidores se intensificaram depois que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal o afastamento de Cunha do mandato de deputado – e consequentemente da presidência do Legislativo federal. Janot acusa o peemedebista de usar o cargo para atrapalhar as investigações contra ele na Operação Lava Jato e as apurações do Conselho de Ética da Câmara, que analisa pedido de cassação contra ele. A decisão sobre o pedido – feito na semana passada – foi adiada pelo STF para o ano que vem, em virtude do recesso do Judiciário.

Mas a avaliação interna na Câmara é de que o afastamento de Cunha é só uma questão de tempo, em razão das evidências contra ele. Segundo informações veiculadas pela imprensa nacional no início da semana, o vice-presidente Michel Temer estaria articulando para que a escolha do novo presidente da Câmara seja centralizada na Executiva Nacional do PMDB. Dessa forma, Temer garantiria que um aliado comandaria o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O perfil buscado pelo grupo é de um parlamentar independente, mas não radical. Serraglio já vinha sendo citado anteriormente, por sua atuação como presidente da CPI dos Correios, que investigou o caso do mensalão.

Segundo essa versão, o Palácio do Planalto teria preferência por parlamentares com perfil mais moderado. Nesse caso, Sérgio Souza estaria entre os cotados, ao lado do deputado Paulo Magalhães (PSD/BA). Souza foi suplente de senador na legislatura passada, tendo assumido a titularidade durante o período em que a senadora Gleisi Hoffmann (PT) permaneceu na chefia da Casa Civil. Ele é ligado ao ex-governador Orlando Pessuti, que depois de apoiar o primeiro mandato de Dilma, afastou-se do PT, e aproximou-se do grupo do governador Beto Richa (PSDB), tendo sido nomeado pelo tucano para uma diretoria no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Atualmente, Souza é relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara que investiga os fundos de pensão. Criada em agosto, a CPI teve os trabalhos prorrogados no início do mês por mais 60 dias a pedido do paranaense. Ele alegou que “diante dos trabalhos investigativos realizados até agora, bem como pelos documentos e informações recebidos e os que ainda serão encaminhados a CPI, faz-se necessária a prorrogação do prazo para possibilitar a término de diligências, a análise, elaboração e apresentação do parecer final”.

Outros nomes – O Planalto também teria estimulado o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, a se articular para a sucessão de Cunha. Mas Picciani teria dificuldades de obter apoio em razão da sua recente proximidade com o governo, que levou os peemedebistas aliados a Cunha a o destituírem da liderança, há duas semanas. Ele conseguiu reverter a destituição e voltar ao cargo, mas dificilmente obteria os votos necessários para substituir Cunha, na avaliação do próprio governo.

Outros nomes cogitados são os deputados José Fogaça (PMDB/RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), Miro Teixeira (Rede/RJ) e Silvio Costa (PT do B/PE).