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CoronaVap filtra ar em ambientes fechados e ajuda na prevenção do coronavírus

Pesquisadores da UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná) desenvolveram um dispositivo que possui um sistema inovador de filtragem de ar para ambientes internos com circulação de pessoas e que também funciona como sanitizador de superfícies. Denominado de CoronaVap, o equipamento combina a ação das descargas elétricas e atração eletrostática das partículas que recebem estas cargas com a injeção de água atomizada em uma câmara de ionização, imitando os processos que ocorrem durante tempestades, que exterminam patógenos por um mecanismo denominado peroxidação.

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse nesta quarta-feira, 7, que o protótipo, que já apresenta resultados significativos, é mais uma inovação de pesquisadores paranaenses para vencer o coronavírus. “O Paraná mostra a sua força na ciência e tecnologia e contribui para a construção de alternativas eficazes de combate ao coronavírus. O CoronaVap é mais uma criação dos pesquisadores paranaenses, que buscam soluções inovadoras para o Brasil e o mundo”, destaca.

O CoronaVap foi desenvolvido no Efab (Laboratório de Fabricação Eletrônica) do Daeln (Departamento de Eletrônica) do campus da UTFPR em Curitiba. O equipamento baseia-se na ação das descargas elétricas e na atração eletrostática das partículas que recebem estas cargas. A equipe que construiu o CoronaVap, coordenada pelo professor Fernando Castaldo, é composta pelos alunos de graduação Alef Queiroz (Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações), João Anacleto (Engenharia Eletrônica) e Tobias Salazar (Engenharia Eletrônica).

Desenvolvimento — Os pesquisadores desenvolveram o CoronaVap ao estudar o comportamento e transmissão do coronavírus e identificar ele está mais presente no ar do que em superfícies, pois as gotículas de saliva expelidas por esternutação (tosses e espirros) podem ficar em suspensão no ar por longos períodos, mantendo sua capacidade infecciosa.

O CoronaVap atua como elemento de filtragem que retém partículas sub-micrométricas, através da injeção da água atomizada que atua como elemento de nucleação das menores partículas, sólidas ou aerossóis. O sistema então realiza a captura e retenção, por ação eletrostática, de qualquer corpo em suspensão no ar, vivo ou não, como poeira, aerossóis, pólen, bactérias, esporos, entre outros.

O protótipo pode ser usado de forma fixa ou lugares como salas de aula, clínicas, recepções hospitalares, entre outros, e reposicionado a qualquer tempo pois possui rodízios de fácil movimentação. Mas, se utilizado com baterias, pode operar no modo itinerante, com um operador conduzindo o equipamento por corredores, salas, entre outros locais fechados. A meta é também desenvolver um sistema à base de robótica, para que o equipamento possa se deslocar autonomamente pelos ambientes, promovendo a sanitização.

Nos testes realizados em ambiente fechado, o CoronaVap foi capaz de realizar a filtragem e tratamento dos aerossóis em até 15 minutos, mas esse tempo pode ser otimizado dependendo do tamanho dos ambientes, capacidade de aspiração da máquina entre outros fatores de projeto. O produto seguirá para pedido de patente junto ao Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).