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Cooperativismo está longe da crise

Sem medo do mercado desfavorável, em cinco anos, associações paranaenses pretendem dobrar seu faturamento

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Enquanto muitas companhias têm reduzido custos para se manterem competitivas em um cenário econômico adverso, a base consolidada das cooperativas paranaenses permitiu a criação de um plano de metas um tanto audacioso. As organizações ligadas aos setores agropecuário, de crédito e de saúde pretendem passar dos R$ 50,9 bilhões em faturamento obtidos em 2014 para R$ 100 bilhões até 2020, dentro do plano batizado de Paraná Cooperativo 100 (PRC 100). As informações são da Folha de Londrina.

Hoje é comemorado o Dia Internacional do Cooperativismo. Para mostrar a importância do setor para o Paraná e para o Brasil, as estratégias que serão aplicadas pelas organizações para dobrarem o faturamento e sobre o cenário atual, a Folha Rural conversou com cooperativas e cooperados de todo o Estado.

Para atingir a meta do PRC 100, Robson Mafioletti, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), afirma que as instituições precisam crescer em torno de 12% ao ano. Em 2015, a previsão de crescimento para as organizações é de 10%. O cálculo da estimativa se deve ao fato de que entre 2010 e 2014 a média de crescimento anual das cooperativas do Estado foi de 15,9%.

As cooperativas do setor agropecuário, que representam 80% do faturamento total das organizações do Estado, devem chegar, em 2020, com um montante de R$ 80 bilhões em receita. No ano passado, o setor arrecadou R$ 42,2 bilhões. Mafioletti explica que as cooperativas desse segmento serão as responsáveis pelo cumprimento do plano de metas para os próximos cinco anos.

Segundo ele, os planos de investimentos devem se intensificar a partir de agora. Só neste ano, as cooperativas agropecuárias do Paraná irão investir R$ 1,4 bilhão em suas agroindústrias, R$ 700 milhões em novos sistemas de armazenagem, R$ 240 milhões na produção de malte e R$ 420 milhões no setor pecuário.

Investir em produtividade no campo, para que as empresas cresçam ainda mais por meio do aumento da escala de produção, também está entre as estratégias para atingir a meta. Mas, devido à falta de áreas agricultáveis, muitas cooperativas estão investindo fora do Paraná, isso porque o Estado praticamente atingiu o limite de sua fronteira agrícola. As cooperativas de grãos, por exemplo, têm investido em unidades no Oeste paulista e na região Sul do Mato Grosso do Sul.

Apoio
Para as cooperativas que ainda não possuem um plano estratégico, a Ocepar prestará auxílio por meio de ações de capacitação e apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). O PRC 100 também inclui estudos sobre mega tendências e análise setorial. Deverão ser promovidos, ainda, workshops para debater as demandas e tendências regionais.

A segunda rodada dos encontros dos núcleos deverá ocorrer em outubro deste ano, quando será apresentado um relatório preliminar. A versão final do planejamento estratégico será apresentada para apreciação e votação na Assembleia Geral Ordinária, que deverá ocorrer em abril de 2016.