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Construção da segunda ponte é adiada de novo

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Jean Paterno
O Paraná

Mais uma vez o processo de abertura das propostas da segunda ponte entre Brasil e Paraguai é adiado. O problema ocorre pela quarta vez e deixa autoridades e comunidades de Foz do Iguaçu e de Porto Presidente Franco ainda mais céticas sobre a execução do projeto, considerado estratégico para o contínuo processo de desenvolvimento social e econômico da fronteira. O empreendimento é contemplado no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, lançado ainda à época em que o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas devido a problemas técnicos, a abertura das propostas têm sido adiada. A anterior ocorreu em 1º de março e acabou suspensa pelo Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, devido a falhas no edital. Entre elas estava o fato de não contemplar informações sobre o uso de materiais e de mão de obra do vizinho país. Com o sinal de que o problema havia sido superado, o Dnit remarcou a data, para 9 de abril. Porém, o que ninguém poderia esperar é que um novo entrave atrapalhasse o andamento da licitação.

O problema desta vez foi localizado no preço total da obra. De acordo com o presidente da Itaipu, Jorge Samek, que acompanhou o processo, as empresas interessadas não chegaram a um consenso sobre o valor da estrutura. Inicialmente, ele estava orçado na casa dos R$ 100 milhões. O Dnit refez os cálculos e estabeleceu como preço máximo do empreendimento R$ 198 milhões. No entanto, as empresas interessadas afirmaram que o valor mínimo deveria ser partir de R$ 219 milhões. Sete empresas se inscreveram para o certame, no sistema de leilão regressivo.

Como não houve propostas diante do estabelecido como valor máximo, o Dnit comprometeu-se a fazer um novo estudo e saber as razões de ter fixado um preço tido como abaixo do de mercado. Há suspeita de que o valor citado pelas empresas possa estar acima do real. O impasse deverá ser solucionado em dois meses. A previsão é de que um novo edital seja lançado depois disso. Todo dinheiro injetado na obra sairá dos cofres públicos brasileiros. A estrutura, estaiada, terá 720 metros de extensão, 320 de vão livre e 17,85 de largura. Ela terá duas torres de sustentação com 136 metros de altura cada. A previsão, depois de iniciadas, é que as obras consumam três anos para ficar prontas.