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Compartilho revolução

Quando militante no movimento estudantil, ainda na época da ditadura militar, entendia que para mudar aquele quadro em que vivíamos, somente a luta armada poderia nos trazer liberdade e prosperidade.

Um sonho quase impossível que ficou esquecido no tempo. Creio que agora posso pensar outra vez em mudanças empunhando uma outra bandeira, a da boa informação.

Para demonstrar a grande transformação que a sociedade humana está vivendo, remeto a cenas da minha mãe que fazia saborosas comidas no fogão a lenha. Alimento natural produzido por pequenos agricultores locais.

Agarrada ao velho rádio de válvulas, passou grande parte da sua vida ligada literalmente na cozinha ouvindo música. Era o máximo da modernidade. Sintonizada nas ondas AM, ela movia o botão do “dial” à procura de notícias e navegava nas suas emissoras preferidas.

Dona Amélia, natural de Presidente Venceslau – interior de São Paulo, pioneira na cidade de Loanda – extremo noroeste paranaense, sempre foi muito crítica e ligada à política. Ficava irritada com as informações truncadas, incompletas e de versão unilateral.

Do velho transmissor de válvulas da família que ainda guardo como relíquia, aos rápidos processadores eletrônicos, vejo o mundo online de hoje movendo uma grande revolução, e com certeza, a maior entre todas, e promovendo relevantes mudanças no comportamento humano. Certamente estamos em meio a mais significativa revolução dentre todas já ocorridas.

Hardware e software. E ela acontece como um furacão atingindo frontalmente todas as áreas do conhecimento. Vai da genética molecular ao novo módulo construtivo da engenharia, passando pela agricultura rudimentar, até chegar a convergir na maior revolução de todas, a da comunicação.

Ela é barulhenta porque transforma informação em atos reais, e é ao mesmo tempo silenciosa porque acontece instante a instante, segundo a segundo, todo tempo de forma imperceptível. A ebolição em curso provocadora toma conta de todas as camadas sociais e vem como avalanche em todas as profissões.

É informação todo tempo em tempo real convertida em comunicação transformada em ação. Movimento constante. Inquietação. Impressa, falada, filmada, digitalizada, coloca claridade no acontecimento diário, além do que, instiga atitude e disponibiliza conhecimento para toda ciência humana.

Faz do cidadão, ser com mais razão para lutar por direitos e cidadania. Esclarece. Traça novo caminho real que dá a chance de interseção pelo personagem envolvido na história, antes contada somente pelo grupo do poder. Agora não, o fato pode ser relatado na câmera do celular por um personagem comum. Realidade.

No mundo globalizado da comunicação, onde tudo pode acontecer às claras e pode ser estampado em todas as mídias é difícil ficar alheio a uma injustiça. É impossível esconder-se diante de uma crueldade.

Antes, apenas figurante, agora pode mover montanhas, e conquistar por si só, liberdade. Recria seus inventos, decifra enigmas, participa e decide sobre o seu destino e da sociedade em que vive. Tudo de novo. O cientista sai da escuridão para navegar num mar de novas possibilidades. Comparar e buscar alternativa realmente viável.

A vida mudou, o mundo está em transformação constante. O ruim disso tudo talvez seja a rapidez como as coisas acontecem. É preciso manter a sensibilidade acesa para as belas cores do Planeta.

A caixa postal eletrônica vive lotada, cheia de atrativos instigantes, e ali tambem mora o perigo. A Mente doente esta pronta para a maldade e se delicia com tantas portas abertas.. É preciso também estabelecer regra clara e lei que possa delinear o novo formato de convivio. Mais do que isso, cabe a cada um de nós fazer sua parte.

E é o meu dever compartilhar boa informação. A revista impressa e online “Bem Publico traz na sua nova edição informações relevantes, temas como referencia para que o leitor busque informação complementar nas ferramentas disponíveis na Internet. Tenho certeza que entre todos os crimes cometidos contra a humanidade, sem deixar de lembrar sobre a atrocidade da segregação alimentar cometida contra pobres, o crime maior: o que estão colocando em nossas mesas como alimento?

A indústria que distribui doença e morte. Estamos ingerido alimentos com resíduos químicos que se estivessem na terra demorariam mais de 20 mil anos para decompor. Imagine isso no nosso frágil corpo. O que querem é dinheiro e dinheiro e nada mais. Não importa a saúde de ninguém. Vendem diariamente doença. Nessa edição estamos falando sobre o açúcar e o sal, que vêm provocando males para nosso organismo e até a morte.

Creio que o assunto da alimentação é de extrema gravidade justamente porque pesquisas de laboratórios e as medicas apontam que quase a totalidade dos cânceres são contraídos por aquilo que estamos ingerindo. Em contrapartida, recomendo a terapia do médico alemão Max Gerson. Uma outra revolução que ficou escondida a mais de 40 anos. A tese é simples mas de muita sabedoria.

Devemos nos alimentar como se alimentavam nosso antepassados distantes: frutas, folhas e sementes. Leia a matéria, pesquise mais. Agora posso compartilhar. É a revolução em curso que pode evitar contraturas no futuro.

Artigo do jornalista Mário Luiz Milani publicado na edição 36 da revista “Bem Público”