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Começa a temporada de convenções partidárias

Começa a temporada de convenções partidárias

Ivan Santos, Bem Paraná

Começa hoje a temporada da convenções partidárias que vão definir candidatos e alianças para as eleições de outubro no Paraná. PHS, Pros e Psol serão os primeiros a oficializar seus planos para a disputa. O PHS deve confirmar hoje o lançamento da candidatura do ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, ao governo do Estado, em aliança com o Pros. O PSOL também faz convenção hoje, para formalizar a candidatura do servidor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bernardo Pilotto, ao governo, e do ex-vereador de Almirante Tamandaré, Luiz Piva, ao Senado.

Silvio Barros é irmão do ex-deputado federal Ricardo Barros (PP). O grupo inclui ainda a deputada federal e esposa de Ricardo Barros, Cida Borguetti (Pros). Em 2010, eles apoiaram a eleição do governador Beto Richa (PSDB), sendo que Ricardo Barros ocupou, até abril, o cargo de secretário de Estado da Indústria e Comércio na administração tucana. Com a decisão de Richa de priorizar a coligação com o PMDB para as eleições deste ano, o grupo decidiu lançar Silvio Barros como um candidato alternativo ao governo, apostando no possível espaço deixado pelos peemedebistas.

Marcada para o próximo dia 20, a convenção do PMDB, não por acaso, é a mais esperada de todas. O partido está dividido entre o lançamento de um candidato próprio ao governo e a aliança com os tucanos. A candidatura é reivindicada pelo senador Roberto Requião e pelo ex-governador Orlando Pessuti – mas rompidos desde 2010, nenhum dos dois admite apoiar um ao outro. A aliança com o PSDB é defendida pela maioria da bancada peemedebista na Assembleia Legislativa – a maior da Casa, com 13 deputados. Em troca, o partido indicaria o candidato a vice de Richa. A vaga é disputada pelo deputado federal e presidente estadual da sigla, Osmar Serraglio, e pelo deputado estadual Caito Quintana.

A definição do PMDB é considerada decisiva para o rumo da eleição no Estado. Caso o partido tenha candidato, a disputa tende a ir para um segundo turno. Já com o partido fora do páreo, crescem as chances do governador Beto Richa liquidar a eleição já no primeiro turno, pois restaria de candidatura competitiva apenas a senadora Gleisi Hoffmann (PT).

Os deputados peemedebistas alegam que com uma candidatura própria, sem aliados fortes, o partido corre o risco de não reeleger metade de sua bancada na Assembleia. Por isso, o PSDB já ofereceu também um “chapão” para os candidatos a deputado federal e estadual do partido, com a participação de outras legendas da base de Richa.

A principal dúvida é para onde vai o grupo do ex-governador Orlando Pessuti. Apesar de defender a candidatura própria, ele mantém um acordo com os deputados estaduais, e não admite a possibilidade de apoiar Requião. Ao mesmo tempo, Pessuti mantém estreitas ligações com o PT e o governo Dilma Rousseff. Em 2010, ele indicou Sérgio Souza (PMDB) para suplente de Gleisi no Senado. E até o início do ano, ocupava dois cargos de conselheiro do BNDES e da Itaipu Binacional, indicado por Dilma. Em abril, depois de deixar Itaipu, seu filho, Moisés Pessuti, foi nomeado em seu lugar. Por isso, duvida-se de que ele possa participar de um acordo para levar o PMDB a apoiar Richa.

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Nas últimas semanas, os dois lados em disputa no PMDB têm cantado vitória na convenção. Tanto o senador Robert Requião, quanto o ex-governador Orlando Pessuti garantem que a candidatura própria tem maioria no partido. Os deputados estaduais, por sua vez, asseguram ter o controle da maioria dos cerca de 600 convencionais da sigla. Reservadamente, porém, ambos os lados admitem que a disputa é acirrada e que o resultado da convenção é imprevisível. Outros quatro partidos, PDT, PV, PSB e PSTU, marcaram suas convenções para o próximo dia 21, um dia depois da decisão do PMDB. O PPS do deputado federal Rubens Bueno – que apoiou Richa em 2010 e participa do atual governo – também acena com o lançamento de um candidato próprio. O PSDB do governador fará convenção no dia 29.

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