José Lazaro Jr
Folha de Londrina
A bancada paranaense de deputados federais não vai tratar em conjunto da eleição para a Mesa Diretora da Câmara Federal, em 4 de fevereiro. ”A bancada estadual não opina sobre isso, é assunto para ser resolvido pelos partidos”, sentencia Osmar Serraglio (PMDB), coordenador dos 30 políticos paranaenses com mandato na Casa. Da mesma sigla que Serraglio, Henrique Alves (RN) é o nome do governo federal para presidir a Casa nos próximos dois anos.
Alves recebeu diversas acusações após confirmar sua candidatura à Mesa Diretora. A mais grave sugere favorecimento de empresa do seu antigo chefe de gabinete, contratada para executar obra paga com emenda parlamentar do próprio deputado. Dois dias após a acusação, o funcionário pediu exoneração da Câmara Federal. ”As denúncias poderiam ter vindo antes, mas foram feitas no período da eleição”, reclama André Vargas (PT), para quem a divulgação tem interesse eleitoreiro.
”Infelizmente estamos discutindo quanto o Henrique Alves gastou de gasolina, ao invés de debater a divisão do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), os royalties do petróleo ou a reforma política”, prossegue Vargas, que obteve do PT a indicação para ser o vice-presidente da Câmara Federal, na chapa de Alves. Se for eleito, ficará restrito ao cargo, sem fazer parte de nenhuma comissão permanente, especial ou de inquérito. Ambos representam os maiores partidos da Câmara. O PT tem 87 deputados e o PMDB elegeu 78.
”Eu já fui candidato avulso à presidência da Câmara e sei como a questão da proporcionalidade das bancadas pesa na hora da decisão, é quase uma doutrina do Congresso”, diz Serraglio. Em 2008, ele se lançou como opção ao deputado federal Michel Temer, sem sucesso. Desta vez, Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES) puseram seus nomes no jogo, com poucas chances de vitória. Eles não terão nem o apoio da oposição, que vai com o peemedebista. O PSDB, inclusive, ignorou as denúncias e já confirmou o acordo com Alves.