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Com principal fábrica no Paraná, Volvo anuncia investimento de R$ 1 bilhão no Brasil

A montadora de caminhões e ônibus Volvo anunciou, nesta quarta-feira (5), que investirá R$ 1 bilhão no Brasil entre 2020 e 2023. O montante se soma aos R$ 250 milhões que já haviam sido anunciados pelo grupo sueco para este ano. De acordo com a companhia, o valor será destinado à pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços. O anúncio foi feito em São Paulo à imprensa. As informações são de Brunno Brugnolo na Gazeta do Povo.

O grupo tem uma unidade de produção de equipamentos de construção em Pederneiras, São Paulo, mas a maior parte deste dinheiro virá para a unidade de Curitiba, na CIC, de onde saem os veículos (caminhões e ônibus) e motores produzidos pela marca. Há ainda um centro de distribuição de peças em São José dos Pinhais.

“[A planta em Curitiba] é o nosso maior investimento e é ali que concentramos a maior parte. […] Temos investimentos na América Latina, como a rede de serviços no Chile, Argentina e Peru. Também para a unidade de motores, ônibus, mas o principal disso [R$ 1 bilhão] é para desenvolvimento de produtos e a linha de produção de caminhões com as novas tecnologias e a indústria 4.0”, afirma Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.

Por se tratar de investimento em produtos, o grupo não especificou se haverá alguma ampliação da planta ou quantos empregos o movimento poderá gerar, até pela transformação por qual passa a indústria. “Em janeiro fizemos grandes transformações na nossa linha de produção com robotização e automatização”, diz Lirmann.

Uma parte do investimento anunciado anteriormente inclusive já foi aplicado. “Fizemos uma grande mudança na nossa fábrica de cabines e já em preparação para outras no futuro. Tivemos investimentos importantes na parte de pintura, montagem e solda da cabine”, complementa.

O presidente do grupo diz que foram feitas contratações ao longo dos últimos anos devido ao aumento de produção (inclusive agora em janeiro) e que o nível de emprego e produtividade da planta é bastante alto. “Já temos dois turnos cheios na linha de caminhões e em algumas áreas da fábrica já temos três turnos de trabalho”, explica.

Dos cerca de cinco mil funcionários diretos da empresa no país, quatro mil estão em Curitiba. Ao todo, na América Latina, são seis mil empregados.

Faturamento recorde
O grupo Volvo no Brasil teve um faturamento recorde de R$ 9,3 bilhões em 2019. Um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. O crescimento foi impulsionado pela retomada da liderança na venda de caminhões pesados no país, consolidando o Brasil como o segundo maior mercado da empresa no mundo. Ao todo foram vendidas 14.505 unidades, 58,7% a mais do que em 2018. No geral, o segmento de pesados cresceu 48,7% em 2019.

Segundo o diretor comercial de caminhões, Alcides Cavalcanti, cerca de 60% das vendas foram destinadas à renovação de frotas e 40% para ampliação. “Muitas empresas estavam há 4, 5 anos sem renovar a frota. A partir do 3º ano os veículos precisam de mais manutenção e sobe o custo”, diz. Somando todos os tipos de caminhões, o grupo entregou 20.665 veículos na América Latina ano passado – 82% no Brasil.

As vendas de ônibus também cresceram acima da média do mercado, 73% contra 38% do segmento. Foram 744 chassis comercializados no país, sendo 389 rodoviários e 355 urbanos (ônibus do transporte coletivo das cidades). Ao todo na América Latina foram 1.864 chassis entregues em 2019, crescimento de 77%. As exportações, que representaram 60% das vendas, foram puxadas por 594 veículos (53% das vendas para fora do país) adquiridos por Bogotá, a capital colombiana.

Mais crescimento em 2020
Com expectativa de crescimento da safra de grãos e retomada da indústria e construção civil, além do aumento do consumo das famílias, a Volvo mantém o cenário otimista para 2020. No mercado de caminhões é estimado um crescimento de 15%, com destaque para os semipesados. Já para os ônibus é esperado crescer 10% no segmento urbano e 15% no rodoviário. A maior parte da venda urbana deve acontecer ainda no primeiro semestre. “No segundo semestre o setor é altamente impactado pelas eleições”, explica o presidente da Volvo Buses Latin America, Fabiano Todeschini.