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Caí do cavalo

Fábio Campana

Confesso, caí do cavalo. Otimista, cheguei a me entusiasmar com a ideia do Judiciário isento, acima do confronto de interesses pessoais e de grupos, capaz de por ordem ao processo político ao invocar a supremacia da lei.

O voto do ministro Edson Fachin, de quem eu nada esperava, surpreendeu a todos. Comemorei. Imaginei que o país começava a entrar nos eixos. Afinal, ponto por ponto, Fachin mostrou à exaustão o que a Constituição determina. Menos de 24 horas depois percebi que o STF continua o mesmo, com seus jogos, suas patranhas, e sua inescapável tendência a legislar em favor do governo. Compreende-se. A maioria absoluta de seus membros foi indicada por Lula e por Dilma Rousseff e, com a consciência dos esbirros, procura retribuir segundo o manual do magistrado bolivariano, com o voto da subserviência.

Indisfarçável o casuísmo que devolve ao Senado, onde Dilma tem maioria e bom espaço de manobra, o privilégio de aceitar ou arquivar o processo de impeachment.

Atribuição da Câmara dos Deputados, segundo o artigo 52 da Constituição. Mas a Constituição foi enxovalhada pelos ministros da nossa Corte Suprema, aquela que deve cuidar para que a Constituição seja sempre respeitada, Em meu otimismo, insisto em esquecer que vivemos no país governado por um partido corrupto, que trabalha incessantemente pelo seu ideal de transformar o Brasil numa grande Venezuela.

Agora, meus amigos, vamos até 2018 nessa toada. Sob um governo sem credibilidade, desmoralizado pela corrupção, devemos enfrentar recessão econômica, inflação crescente, desemprego em alta e todos os efeitos colaterais perniciosos que acompanham o quadro. Um prejuízo que vai alcançar mais duas gerações e manter o Brasil distante da contemporaneidade do mundo.