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Bióloga relata pânico com filho durante ataque de bolsonaristas em Foz do Iguaçu

A bióloga paulista Daniella França relatou nesta segunda-feira, 7, nas redes sociais, momentos de pânico e agressão que passou com o filho de 13 anos durante um ataque de bolsonaristas na Avenida República Argentina próximo ao bloqueio no centro de Foz do Iguaçu.

A agressão que foram vítimas ocorreu dentro do próprio carro em frente ao Bar Sudacas. “Estávamos indo ver a banda de forró do meu amigo tocar e meu filho ia comer uma empanada, antes de irmos pra casa dormir”, informou ela após registrar um BO (Boletim de Ocorrência) pelas agressões sofridas.

Daniella conta que passou o bloqueio depois que um “manifestante” que estava consentiu que poderia entrar, mas correria o risco de ficar fechada se os caminhões que estavam esperando chegassem.

“Entrei, estacionei perto do ponto de ônibus,  e nisso veio um bando deles gritando e falando que eu tinha furado o bloqueio, tinha usado o carro como arma e tinha tentado atropelar as pessoas”, revelou. Em seguida, aproximadamente 20 pessoas cercaram o veículo, muitos subiram sobre o veículo xingando a bióloga.

“Comecei a gritar por ajuda, e um dos caras de verde e amarelo veio, invadiu meu carro e tentou pegar a chave. Eu segurei para não deixar que ele levasse”. A chave quebrou, no momento em que ela sofreu um ferimento no dedo, quebrando a unha e arrancando a pele. “Meu filho, enquanto isso, desesperado pedindo pro povo se afastar”.

A situação só se acalmou no momento em que funcionários e clientes do bar saíram em defesa da bióloga e seu filho. Daniella contou que estava com o celular filmando enquanto tudo acontecia e vários tentaram tomar o celular de sua mão. “Quando a polícia chegou, um dos policiais ainda quis colocar a culpa em mim por ter ‘furado’ o bloqueio”.

O outro policial que conversou com o primeiro acabou mudando de postura. “Filmei tudo. Depois disso os policiais afastaram as pessoas que estavam tumultuando e levaram para a delegacia eu, para representar contra o cara que quebrou minha chave e machucou meu dedo, e esse mesmo cara, que foi para prestar esclarecimentos”.

Daniella conclui o relato informando que “foi um susto muito grande”. “Me filmaram enquanto falaram que eu era terrorista e que tinha usado o carro como arma. E foi isso. Achei importante compartilhar com vcs”.

Abaixo a íntegra do relato da bióloga

“Bom dia, ontem registrei um BO por causa de uma agressão que sofri, eu e meu filho de 13 anos, de em frente o Bar Sudacas. Estávamos indo ver a banda de forró do meu amigo tocar e meu filho ia comer uma empanada, antes de irmos pra casa dormir.

Passei o bloqueio depois que o “manifestante” que estava lá disse que eu até poderia entrar, mas correria o risco de ficar  fechada se os caminhões que eles estavam esperando chegassem. Entrei, estacionei perto do ponto de ônibus,  e nisso veio um bando deles gritando e falando que eu tinha furado o bloqueio, tinha usado o carro como arma e tinha tentado atropelar as pessoas.

Eram umas 20 pessoas em cima do meu carro gritando comigo e me xingando,   eu comecei a gritar por ajuda, e um dos caras de verde e amarelo veio, invadiu meu carro e tentou pegar a chave. Eu segurei para não deixar que ele levasse.

A chave quebrou, meu dedo ficou sangrando depois da unha ter quebrado e arrancado a pele. Meu filho, enquanto isso, desesperado pedindo pro povo se afastar. O pessoal do bar que veio me acalmar e impedir que me agredissem mais. Eu estava com o celular filmando enquanto tudo acontecia e vários tentaram tomar o celular da minha mão.

Quando a polícia chegou, um dos policiais ainda quis colocar a culpa em mim por ter “furado” o bloqueio. O outro policial que conversou com ele é depois ele mudou de postura. Filmei tudo.

Depois disso os policiais afastaram as pessoas que estavam tumultuando e levaram para a delegacia eu, para representar contra o cara que quebrou minha chave e machucou meu dedo, e  esse mesmo cara, que foi para prestar esclarecimentos.

Foi um susto muito grande. Me filmaram enquanto falaram que eu era terrorista e que tinha usado o carro como arma. E foi isso.

Achei importante compartilhar com vcs.”