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Atleticanos presos por briga debocham e ainda ameaçam: “Nós ‘vai’ matar caveira”

Atleticanos presos por briga debocham e ainda ameaçam: “Nós ‘vai’ matar caveira”

Gaveta do Povo

“Nós vai (sic) matar caveira. A treta vai continuar e vai ser eterna. Enquanto eu estiver vivo vai rolar. Vai rolar morte dos dois lados”.

A frase foi dita nesta quarta-feira (14) pelo torcedor do Atlético Alisson Bruno Cordeiro da Silva Nascimento, 20 anos, um dos presos da Operação Coringa deflagrada pela Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), da Polícia Civil, em Curitiba.

Alisson e outros dois integrantes da torcida Ultras, Maycon Douglas Schon dos Santos, 23, e Monaliza Fernandes Magalhães, 26, são acusados de tentativa de homicídio pelas agressões feitas contra os torcedores Willian André Pontes Assis, 19, e André Isidoro, 20, integrantes da Os Fanáticos, também organizada do Atlético, mas rival da Ultras. Willian teve traumatismo craniano e ficou internado por cinco dias.

A ausência de arrependimento chocou durante a apresentação dos presos à imprensa. “Odeio caveira”, acrescentou Alisson. “É o mesmo time, não a mesma torcida”, completou. Questionado se valeria matar por essa briga, ele não titubeou: “Vale”.

A briga entre Ultras e Fanáticos existe há cerca de cinco anos. O motivo, no entanto, não é claro. “Eles têm mágoa de nós, porque nós é (sic) nós”, disse Maycon. Em agosto, por exemplo, a brigada militar gaúcha teve de separar as organizadas na partida entre Inter x Atlético, no Beira-Rio.

Monaliza mostrou-se mais lúcida, tanto na entrevista, quanto no motivo apontado pelo início das brigas. Ela foi a única que se disse inocente. “São brigas de poder, da nossa antiga diretoria e a antiga diretoria da Fanáticos. Passa de geração para geração. Infelizmente é o que acontece”, comentou, para depois avaliar os desdobramentos da operação. “Não vale a pena, com certeza. Não sou a favor da violência”.

Durante a apresentação à imprensa, enquanto Monaliza escondia o resto com um capuz, Alisson estava sério e cabisbaixo, Maycon ria e fazia sinais de positivo para as câmeras. Cuspiu no chão, e se sentiu um artista. “Eu estava lá mesmo na cena e eles levaram a pior. E que se f… o piá que se f…”, disse.

Questionado sobre o riso e a sensação de que não estava se importando com a prisão, Maycon disparou. “Você acha que [a prisão] é para sempre? A lei é falha. É só procurar. Tenta ver o resto de tudo que dá no Brasil. se a lei é boa…”, acrescentou.