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Após suspeita de ebola, funcionários de hospital de Foz fazem treinamento

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Os funcionários do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, iniciaram nesta segunda-feira (12) um treinamento para que estejam aptos a atender possíveis casos de pacientes com ebola. A preocupação foi reforçada depois de registrado na quinta-feira (9) o primeiro caso suspeito de contaminação pelo vírus da doença em um paciente em Cascavel, a cerca de 150 km da fronteira.

As informações repassadas aos profissionais de saúde fazem parte de uma cartilha sobre como proceder nestes casos. A capacitação inclui orientações sobre como agir e quais os equipamentos e roupas de segurança devem ser usados para evitar o contágio. As palestras estão sendo ministradas pela médica infectologista do Hospital Municipal, Conceição Brasil e devem seguir até terça-feira (12). A reportagem é do G1 PR.

Além da proximidade com Cascavel, onde o africano Souleymane Bah, de 47 anos, procurou atendimento na quinta e desde então está internado, outra preocupação das autoridades sanitárias é com a grande quantidade de pessoas que circulam por Ciudad del Este (PY) e Foz do Iguaçu, considerada a fronteira mais movimentada do país. Somente pela Ponte da Amizade passam por mês cerca de 2 milhões pessoas nos dois sentidos.
Representantes da 10ª Regional de Saúde de Cascavel também marcaram para esta tarde uma reunião com profissionais de albergues e de casas de assistência que recebem estrangeiros. Um dos objetivos é reforçar o controle sobre pessoas vindas de regiões de risco e discutir formas mais precisas de registro de informações que ajudem a localizar pessoas em caso de suspeitas de contaminação por doenças como o ebola.

Monitoramento
Na Unidade de Pronto Atendimento II (UPA II) de Cascavel, o movimento foi grande na manhã desta segunda e os atendimentos foram realizados normalmente. De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná, apesar de o primeiro teste ter dado negativo para a doença, as 68 pessoas que tiveram algum contato com o africano continuam sendo monitoradas. Três deles são médicos e enfermeiros que atenderam o estrangeiro na unidade de saúde na quinta.
Na madrugada de sexta-feira (10), o paciente foi levado para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Uma nova amostra de sangue foi colhida no domingo (12) e também será enviada para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. O resultado do segundo teste deve ser divulgado pelo Ministério da Saúde ainda nesta segunda. Caso o exame novamente excluir a possibilidade de contaminação pelo vírus, Bah sairá do isolamento e terá início a desmobilização das equipes e do trabalho de monitoramento.
O africano chegou ao Brasil no dia 19 de setembro vindo de Guiné depois de uma escala em Marrocos na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015. “Ele confirma que na Guiné não teve contato com casos nem com óbitos e que, quando desceu no aeroporto, ele foi entrevistado pelas autoridades sanitárias e não tinha nenhuma queixa”, explicou na sexta-feira o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, disse que ninguém mais no Brasil precisou ficar em isolamento por causa da suspeita de ebola. “Nem mesmo os três profissionais que tiveram contato com ele, porque não tiveram contato com secreções”, observou.
Transmissão
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.
Quem tiver voltado de um dos países da África afetados pela epidemia – Libéria, Guiné ou Serra Leoa – e apresentar febre ou algum dos outros sintomas, deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem. Mais informações podem ser obtidas pelo Disque Saúde, no número 136.