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Apesar da situação dramática na saúde de Alto Paraná, médicos retidos em Foz não podem entrar no Paraguai

HUESCA, SPAIN - APRIL 27: Isabel, a government nurse poses after conducting coronavirus tests on care workers who will replace the confined staff members, on April 27, 2020 in Grañen, Huesca, Spain. The care workers at the Los Monegros nursing home in Grañén left after being confined in the center for nearly a month. Since March 30 they decided to remain with their residents to avoid the spread of Covid-19 infection. (Photo by Alvaro Calvo/Getty Images)

A situação em Alto Paraná é crítica. Cada vez faltam mais médicos no departamento, do qual Ciudad del Este é a capital, mas até agora os médicos paraguaios retidos em Foz do Iguaçu não receberam permissão para voltar a trabalhar na terra deles.

Há onze médicos paraguaios retidos em Foz do Iguaçu, que sequer sabem o que fazer, já que o consulado do Paraguai, aqui, não tem nenhuma informação.

 Ao menos 30 médicos foram afastados de Alto Paraná devido a covid-19, inclusive o pneumólogo Calos Pallarolas, um dos líderes da luta contra o coronavírus em Ciudad del Este, que foi levado para tratamento em Assunção, na terça-feira, 1, por ter contraído a doença.

Mesmo com a epidemia cada vez avançando mais, o Conselho de Defesa Nacional (Codena) ainda não respondeu ao grupo de médicos paraguaios que estão retidos em Foz.

O Ministério de Saúde Pública já tem pronto um protocolo para o retorno dos médicos, mas é necessária a permissão do Codena. E o órgão pelo que parece, continua protelando a decisão, como denuncia, a doutora Idalia Medina, titular da Associação de Médicos de Alto Paraná.

“Não se entende o porquê da demora”, diz a médica, já que as pessoas entram e saem de Ciudad del Este “e não se faz nada, enquanto estamos negando a passagem a nossos próprios colegas que cumprem funções, que são realmente necessários”.

“Eles devem vir, cumprir seus turnos e voltar a Foz, aqueles que residem lá – e vice-versa”, esclarece.

A médica ressalva, ainda, que  o pedido é apenas para aqueles que têm vínculo de trabalho com o Ministério de Saúde Pública ou com o Instituto de Previdencia Social, ambos carentes desses profissionais em Alto Paraná.

O ministro Federico González, titular do Conselho de Defesa Nacional, respondeu ao La Nación que a primeira solicitação (dos médicos) “foi respondida há dois meses, com base na opinião do Ministério da Saúde, que não estava de acordo com o plano pelo risco representado pela possibilidade de contágio”.

 Disse ainda que a solicitação de cruzar a ponte, “de maneira quase diária”, foi apresentada novamente na semana passada. Mais uma vez, segundo ele, o pedido foi encaminhado ao Ministério de Saúde Pública, que ficou de dar uma resposta.