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Agência sob suspeita recebeu R$ 1 bilhão

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A agência de publicidade Borghi Lowe, que fez pagamentos para empresas ligadas ao ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR, na foto, à esquerda), recebeu R$ 1,07 bilhão, em valores não corrigidos pela inflação, da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde entre 2008 e 2015.

Indagado pela Folha, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) confirmou que a Borghi Lowe também é, desde o dia 30 de dezembro do ano passado, uma das três agências detentoras da conta de publicidade da instituição. AS informações são da Folha de S.Paulo.

O valor total anual dos três contratos, segundo o banco, é de R$ 110 milhões. Até a semana passada, no entanto, o BNDES não havia efetuado “nenhum pagamento à referida agência”.

Em resposta a uma indagação feita pela Folha, a Caixa Econômica Federal informou ter repassado R$ 713 milhões para a Borghi Lowe em virtude do primeiro contrato fechado com a agência, que durou de agosto de 2008 a abril de 2013; e outros R$ 236 milhões referentes ao segundo contrato, fechado em 2013 e ainda em vigência.

No primeiro momento, a Borghi Lowe dividiu o trabalho de atender a Caixa com a as agências Fischer&Friends e a Nova SB. O segundo contrato é dividido com Artplan, Heads e Nova SB.

No Ministério da Saúde, o contrato com a Borghi Lowe foi assinado no último dia do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 31 de dezembro de 2010. Nesse caso, os gastos com publicidade associados à agência somam cerca de R$ 120 milhões.

Além da Borghi, a pasta trabalha com outras três agências de publicidade: Propeg, Calia e Agnelo Pacheco.

HISTÓRICO
A Borghi Lowe surgiu nos autos da Operação Lava Jato durante a 11ª fase da apuração, denominada “A Origem”, desencadeada em 10 de abril.

Segundo a força-tarefa da investigação, o publicitário Ricardo Hoffmann –um contratado da agência que exerceu o papel de coordenador dos serviços da Borghi Lowe nos contratos da Caixa e do Ministério da Saúde– autorizou pagamentos para empresas de André Vargas e de sua família.

O dinheiro foi repassado por cinco empresas subcontratadas pela Borghi Lowe nos dois contratos.

Em depoimento prestado à Polícia Federal, Ricardo Hoffmann afirmou que a cúpula diretiva da agência Borghi Lowe participou dos entendimentos pela “parceria” com André Vargas.