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Aeroporto de Maringá ultrapassa Londrina e vira 3º maior do Paraná em voos e passageiros

Aeroporto de Maringá passa o de Londrina em movimento em 2025

O Aeroporto de Maringá ultrapassou o de Londrina em número de passageiros e assumiu, pela primeira vez em um trimestre, o posto de terceiro aeroporto mais movimentado do Paraná. Entre janeiro e março de 2025, o Aeroporto Regional Silvio Name Júnior registrou 90.820 embarques – pouco à frente dos 90.246 contabilizados no terminal de Londrina (Aeroporto Governador José Richa).

A diferença numérica é estreita, mas o significado é expressivo. A inversão de posições marca uma virada na aviação regional do estado e acende um sinal de alerta em Londrina, cidade que por décadas teve um forte mercado aéreo regional, tendo sido considerada inclusive a cidade mais conectada do interior brasileiro no passado.

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o Paraná, compilados pelo Boca Maldita, mostram que o movimento do Aeroporto de Maringá cresceu 11,8% no trimestre em relação ao ano anterior – o segundo maior avanço entre os cinco principais aeroportos paranaenses, atrás apenas de Foz do Iguaçu, que cresceu 12,45%. A Cidade Canção também cresceu em outros indicadores importantes da aviação comercial, como rotas e Passageiros-quilômetros pagos (RPKs).

Gráfico mostrando a movimentação de passageiros nos principais aeroportos do Paraná no 1º trimestre de 2025, destacando Curitiba, Foz do Iguaçu, Maringá, Londrina e Cascavel. (Boca Maldita)

Londrina, ao contrário, foi a única entre os grandes terminais do estado que não apresentou crescimento no período. Anteriormente, vale lembrar, a operação de Maringá já havia superado Londrina em alguns meses específicos, mas não em um trimestre e com um viés de alta como o registrado em 2025.

Mas o que explica o avanço de Maringá? A diferença já começa a ser notada nas rotas, nos voos e nas decisões de gestão.

Maringá: mais voos, gestão ativa e vocação regional

O superintendente do Aeroporto de Maringá, Gustavo Vieira, que assumiu o cargo em janeiro, atribui o bom desempenho a uma gestão mais ativa e à aproximação com as companhias aéreas.

“Reforçamos o compromisso com as companhias aéreas, apresentamos dados de ocupação de voos superiores a 90% e iniciamos uma relação comercial mais agressiva”, explicou.

Hoje, Maringá opera com 83 partidas semanais, enquanto Londrina conta com 66. A diferença revela um reposicionamento na hierarquia da aviação regional. Uma das novidades que simboliza essa mudança é a nova rota da Gol ligando Maringá a Curitiba. Realizada em aeronaves Boeing 737 três vezes por semana, é a única rota regional operada pela companhia no estado.

Aeroporto de Maringá se torna o terceiro mais movimentado do Paraná; aeronave da GOL, empresa que opera no terminal

Esse desempenho, pontua Gustavo, está fortemente atrelado à dinâmica econômica da região. Maringá e seu entorno são reconhecidos por um crescimento pujante. O aeroporto tem função regional e atente não só Maringá, mas também cidades como Campo Mourão e Paranavaí, além de grandes cooperativas e empresas do agronegócio. Esse conjunto fortalece a demanda por voos regulares e amplia a atratividade do aeroporto junto às companhias aéreas.

Novas rotas, melhorias no aeroporto e sala VIP

Ao contrário da maioria dos grandes aeroportos brasileiros que nos últimos anos foram concedidos à iniciativa privada, a gestão do aeroporto de Maringá é feita por uma autarquia municipal vinculada à prefeitura. A profissionalização, no entanto, tem sido a regra. O próprio Vieira chegou ao aeroporto após experiências na Fraport, empresa dona do aeroporto de Frankfurt e, que no Brasil, é responsável pelos terminais de Fortaleza e Porto Alegre.

A prefeitura de Maringá tem buscado ampliar os investimentos com recursos próprios e parcerias com os governos federal e estadual, especialmente em melhorias no terminal para atender com mais conforto os passageiros. O aeroporto receberá, por exemplo, novos equipamentos para embarque automatizado.

Os investimentos também incluem novas rotas que devem ser anunciadas em breve. “Estamos em negociação com as companhias, com base em incentivos e prospecção de mercado”. A previsão é que as operações comecem sejam anunciadas até junho.

O Aeroporto de Maringá também vai inaugurar em breve sua primeira sala VIP. “Estamos fechando o maior contrato comercial da história do aeroporto. A sala VIP não apenas diversifica a receita, como atrai um perfil de passageiro com maior poder de consumo e fortalece o apelo comercial junto às companhias aéreas”, destacou o superintendente.

Londrina: CCR Aeroportos destaca investimentos e diz que malha depende de “múltiplos atores locais”

A CCR Aeroportos, concessionária responsável pelo Aeroporto de Londrina, enviou nota ao Boca Maldita destacando os investimentos realizados no terminal. Segundo a empresa, cerca de R$ 200 milhões foram aplicados em obras de reforma e revitalização, que ampliaram em 40% a capacidade do aeroporto. As melhorias incluem:

  • Nova sala de embarque
  • Novo pátio para até seis aeronaves simultâneas
  • Duas novas pontes de embarque (fingers)
  • Sala VIP totalmente nova
  • Infraestrutura para instalação do sistema de pouso por instrumentos (ILS)

A CCR ressaltou que “Londrina conta hoje com um aeroporto à altura da importância da segunda maior cidade do Paraná”, e ponderou que a expansão da malha aérea depende de múltiplos atores do ecossistema da aviação, incluindo o setor produtivo local.


Nota de atualização: O conteúdo foi publicado devido à relevância do tema e ao fechamento editorial, mas o espaço segue aberto às lideranças de Londrina que queiram se manifestar sobre a movimentação no terminal e o cenário da aviação regional. As contribuições podem ser incorporadas em atualizações do material ou em novas reportagens sobre o tema.