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Acusado de envolvimento no petrolão, ministro do Turismo pede demissão

Acusado de envolvimento no petrolão, ministro do Turismo pede demissão

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, avisou nesta quinta-feira (16) ao presidente interino, Michel Temer, que vai deixar o cargo. As informações são da Folha de S. Paulo.

No telefonema, o ministro disse que enviará a carta de demissão ainda nesta quinta para formalizar o pedido. Segundo a Folha apurou, ele afirmou que não quer criar constrangimentos ao presidente interino.

O Palácio do Planalto já confirmou que Alves deixou o governo.

No início deste mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ministro atuou para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS.

Em delação premiada, divulgada na quarta-feira (15), o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que repassou ao ministro R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014.

Na semana passada, Alves já havia sido aconselhado por aliados de Temer a deixar o posto para evitar o aumento do desgaste na imagem do governo interino.

Terceiro

Em pouco mais de um mês, a saída de Alves é a terceira baixa no primeiro escalão da gestão peemedebista. Antes dele, foram demitidos Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), após o vazamento de gravações em que ambos criticaram a Operação Lava Jato.

Na manifestação à Suprema Corte, Janot afirmou que parte do dinheiro do esquema desbaratado pela Operação Lava Jato teria abastecido a campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014, quando ele acabou derrotado.

A negociação envolveria o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. As afirmações da Procuradoria constam do pedido de abertura de inquérito para investigar os três, enviado no fim de abril ao Supremo, mas até hoje mantido sob sigilo.

No despacho obtido pela Folha, Janot aponta que Cunha e Alves atuaram para beneficiar empreiteiras no Congresso, recebendo doações em contrapartida.

“Houve, inclusive, atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa destinação de recursos, vinculada à contraprestação de serviços que ditos políticos realizavam em benefício da OAS”, escreveu Janot.