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A “surpresa” do mercado e as “pressões” sobre o BC

Do blog do Zé Dirceu:

Impressionante! Todas as manchetes e títulos de jornais hoje puxam para a “surpresa” causada pela queda dos juros decidida pela Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) em sua reunião dos ultimos dois dias. Registram a “surpresa” e se queixam que o BC agiu “sob pressão”. Em uníssono, todos iguais. Linha editorial, óbvia, ditada pelos interesses do mercado e dos rentistas.

Mas, como “supresa”, se há mais de um mês se formava o consenso de que era necessário e possível, a partir de agora, baixar os juros? E, quando aumentaram a Selic nas cinco últimas reuniões anteriores do COPOM não era “pressão” sobre o BC? Aumentar não é pressão, reduzir é?

Quer dizer que pressão sobre o BC é só quando ele baixa a taxa Selic? Quando todo o mercado, a mídia e a tucanagem pedem mais juros e o Banco atende não é pressão, é a racionalidade do mercado e a independência da autoridade monetária?

Até o ex-ministro tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros, dessa vez faz uma colocação enviezada e proclama: “A independência do Banco Central está arranhada. Hoje ele é um órgão auxiliar do Ministério da Fazenda”. Esqueceu-se o dr. Mendonça de Barros que “independência” do BC é um termo que causa ojeriza ao tucanato.

Nem o PSDB – seu presidenciável derrotado á frente, José Serra – defende a independência do BC. No máximo aceitam “autonomia”. E José Serra, nem isso. Ele sempre deixou claro que o BC tem de seguir a a politica do governo. Prega abertamente isso, é só ver e reler suas declarações nas campanhas eleitorais presidenciais, inclusive na do ano passado que ele perdeu.