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A Câmara e o turismo dos vereadores na conta da população de Curitiba

Os curitibanos foram pegos de surpresa com uma informação desagradável e no mínimo abusada.

O jornal Gazeta do Povo, traz a notícia de que os vereadores da capital gastaram em menos de um ano, entre maio de 2010 e abril de 2011, R$ 236 mil em viagens, sendo que aproximadamente R$ 102 mil, ou quase 50% do total em peregrinações ao exterior.

A pergunta que eu faço como contribuinte e que boa parte das pessoas na mesma condição também, é sobre a necessidade dos deslocamentos.

Curioso é que ou a viagem foi um passeio que pode ser desqualificado ou esconde-se sob as pilhas de documentos oficiais o seu destino e o objetivo das saídas.

Não se justifica que todos nós venhamos a saber desta despesa apenas com uma investigação da imprensa. Nesses casos sim, se aplica a determinação de publicidade, dando o conhecimento devido sobre estas viagens.

Não se explicou também, quais os critérios utilizados para que apenas cinco dos 38 vereadores tenham sido responsáveis pelo consumo de mais de R$ 66 mil em diárias sendo que o restante foi dividido em viagens de 48 servidores do Poder Legislativo.

A Câmara justifica que tanto os vereadores quanto os servidores saíram de Curitiba para participar de eventos, reuniões e cursos oficiais, e que na volta apresentam relatórios, só que até agora ninguém ficou sabendo para onde foram, fazer o que, quanto gastaram e quem autorizou a ida e o pior, ninguém viu estes documentos.

Porque será que alguns viajarem tanto e outros não. Onde está a publicação dos gastos. Cadê a transparência?

Como se justifica despesas no período de férias ou recesso dos vereadores que chegam a quase R$ 20 mil e que foram apontados pela reportagem do jornal.

São mistérios escondidos dentro de uma caixa preta. O que gera a repulsa de muitos curitibanos também, é o fato do presidente da Casa dizer que pedirá para publicarem de forma reduzida os gastos.

É preciso informar de maneira detalhada. Exigir notas fiscais de consumo até de alimentos se possível. Ou você confia que alguém que viaja as escondidas gastando seu rico dinheirinho estará utilizando os recursos de maneira certa. Quem garante que os gastos são mesmo os informados?
Tenham paciência.

O eleitor que também é um contribuinte precisa ser informado onde é aplicado o seu dinheiro. Esses que saíram tanto do país já aprenderam um pouco sobre trânsito para acabar com os gargalos da nossa cidade?

Aprenderam sobre gestão da saúde para acabar com as filas em Postos de Saúde? Aprenderam sobre gestão pública de forma a que esses conhecimentos fossem apresentados a prefeitura e por ela aplicados no dia a dia do cidadão?

Não. Ninguém falou nada sobre isso. É pior que os antigos trens da alegria, quando comitivas gigantescas deixavam o país as expensas do poder público e que democraticamente foram contestadas e repelidas pela população.

Isso tem de acabar. É preciso moralizar. O dinheiro do povo não é capim.
Mais uma vez vemos que enquanto não se renovar o quadro político as velhas práticas de mando continuarão ocorrendo e os trabalhadores continuarão sendo massa de manobra nas mãos dos vendilhões.
É preciso economizar. É preciso respeitar.

Turismo com dinheiro público. Uma prática que deve acabar imediatamente.

Artigo de Elieuton Mayer, colunista do site www.soscomunidade.com.br