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“Não sou vacilão”: Eder Borges reage a acusação de nepotismo

Vereador Eder Borges rebateu, na Câmara de Curitiba, reportagem do The Intercept Brasil. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Eder Borges cometa resportagem sobre nepotismo do The Intercept Brasil. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

O vereador Eder Borges (PL) subiu à tribuna da Câmara Municipal de Curitiba nesta terça-feira (7) para rebater publicamente a reportagem do site The Intercept Brasil que o acusa de nepotismo e desvio de função. O parlamentar afirmou estar sendo alvo de “ataques orquestrados pela esquerda” e anunciou que sua assessoria jurídica está tomando providências legais. “Não vão me intimidar”, afirmou Borges, que classificou as acusações como “levianas” e “sem qualquer base concreta”.

A matéria publicada no dia 30 de abril indica que Borges teria nomeado sua enteada, Victoria Maciel de Almeida, como chefe de gabinete com salário de R$ 17,6 mil.

“Não sou vacilão”

Em plenário, Borges negou qualquer relação de união estável com Andreia e disse que o registro do endereço de ambos em um boletim de ocorrência foi “erro da delegacia”. Também afirmou que Andreia apenas prestava serviços jurídicos terceirizados ao mandato e que, ao ser nomeada no Instituto de Turismo, atuou por dois meses até pedir exoneração. “Hoje a sacanagem é comigo, amanhã pode ser com qualquer um dos senhores”, disse aos colegas vereadores. “Vocês acham que eu seria vacilão de cometer nepotismo no meu gabinete?”

Sobre Victoria, o vereador defendeu sua nomeação, dizendo que ela tem “plena confiança” e coordena “uma jovem equipe que já produziu 1.500 requerimentos em 2024”. Borges também desmentiu que Andreia tenha vínculo atual com seu gabinete e disse que a acusação de nepotismo se baseia em “fotos antigas e narrativas conspiratórias”.

O contexto da denúncia

De acordo com o The Intercept, Victoria é filha de Andreia — com quem Borges mantinha publicações afetivas em redes sociais — e foi nomeada aos 20 anos como chefe de gabinete. A reportagem também menciona que Andreia teria se apresentado a jornalistas como assessora jurídica de Borges e que utilizaria um número de celular identificado com sua foto e nome para responder em nome do mandato, apesar de oficialmente estar lotada em outro órgão da prefeitura.

A vereadora Giorgia Prates (PT) apresentou nova representação contra Eder Borges na Corregedoria da Câmara e protocolou denúncia no Ministério Público do Paraná, alegando possível quebra de decoro e improbidade administrativa. O caso se soma a outras representações anteriores contra o vereador, por discursos de teor racista, transfóbico e violência política de gênero.

Histórico de polêmicas

Eder Borges já foi condenado por difamação contra o APP-Sindicato, e, nos últimos meses, protagonizou episódios controversos, como uma fala sobre a Ku Klux Klan e a defesa de moções de apoio a Donald Trump e à anistia de golpistas de 8 de janeiro. Nesta legislatura, apresentou projeto para instituir o “Dia dos CACs” em Curitiba e se envolveu em uma escalada de ataques públicos contra a vereadora Giorgia.

Borges atribui as denúncias a perseguição ideológica e disse que apenas se manifestará oficialmente “nos autos”. Enquanto isso, o caso segue sob análise da Corregedoria e pode evoluir para um novo processo ético-disciplinar na Câmara.