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“Falta de efetivo compromete trabalho de Polícia Judiciária”, analisa Gutierrez

A falta de efetivo de policiais civis no Paraná e o consequente desvio de função comprometem o verdadeiro trabalho de Polícia Judiciária e investigativa da instituição Polícia Civil.

A analise do presidente do Sinclapol, André Gutierrez, se baseia nos dados do relatório  “Meta 2: A impunidade como alvo – o diagnóstico da investigação de homicídios no Brasil”.O documento foi divulgado, este mês, pelo Grupo de Persecução Penal da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), ligado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Ministério da Justiça (MJ).

Segundo o relatório, o Paraná tem a segunda menor quantidade de delegados e o terceiro menor efetivo de policiais civis por 100 mil habitantes de todo o Brasil.

De acordo Gutierrez, a pequena quantidade de policiais civis é comprometida ainda mais com o fato deles terem que trabalhar, em sua maioria, cuidando de presos. “A nossa luta, além de melhores condições de trabalho, que é a grande obrigação do sindicato, é a questão de condição de trabalho, que bate justamente com essa questão de falta de efetivo”, disse Gutierrez.

E completou: “Além do que grande parte desse efetivo existente está desviada de função cuidando de preso cadeia, em carceragem de delegacia de Polícia. Ou seja, não tem a mínima condição da Polícia Civil desenvolver seu trabalho de Polícia Judiciária, com essa condição herdada desses governos anteriores, que nos coloca muito mais como componentes de carcereiros do que como Policiais Civis, de uma Polícia Investigativa”.

Investigação comprometida

O diagnóstico aponta ainda que a falta de pessoal e de equipamentos das polícias civis atrapalha na elucidação de homicídios em todo o Brasil. André Luiz Gutierrez concorda com os dados da pesquisa.

De acordo com ele, muitos inquéritos acabam na gaveta por falta de pessoal. “Para que se conclua inquérito policial e se encaminhe para a Justiça, para que se transforme em ação penal, é necessário que ocorram investigações. Essas investigações são claramente prejudicadas. Estamos aí tentando fazer acontecer, mas é difícil porque já é coisa de décadas que vem acontecendo dessa maneira. Porque o governo anterior usou a Polícia Civil como uma maneira econômica de manter 16 mil presos encarcerados”, explicou.

As análises foram feitas com base em questionário respondido pelos gestores do Ministério Público e da Polícia Civil em cada Estado. No Paraná, o efetivo da Polícia Civil contava até dezembro de 2011, de acordo com a pesquisa, com 3.803 profissionais, o 7º maior do País. Entretanto, quando se leva em consideração a quantidade de agentes por 100 mil habitantes, o Paraná despenca para a vigésima posição, com índice de 36,4 – na frente apenas dos Maranhão (29,2) e do Pará (32,5).

Com informações Band News Curitiba