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Violência no futebol matou 30 em 2013. Temos que reagir, defende João Arruda

Violência no futebol matou 30 em 2013. Temos que reagir, defende João Arruda

As cenas de violência entre torcedores de Atlético Paranaense e Vasco da Gama, na Arena Joinville, em Santa Catarina, encerraram o ano mais violento da história do futebol brasileiro. Em 2013, nada menos que 30 pessoas morreram em brigas de torcidas. “Temos que reagir”, defende o deputado federal João Arruda (PMDB-PR), presidente da Frente Parlamentar pela Educação Física e Desenvolvimento Humano.

Entre 1999 e 2008, 42 pessoas foram mortas no Brasil por causa de conflitos entre torcidas. As vítimas aumentaram a partir de 2009, chegando a 23 mortos no ano passado (2012) e a 30 nos 11 primeiros meses deste ano, segundo dados divulgados pelo Fantástico da Rede Globo neste domingo (15). “Daqui a pouco, vamos tratar o futebol e o esporte no Brasil, como uma droga, como algo de ruim. E não é”, alerta João Arruda.

“Sou um apaixonado pelo esporte e pelo futebol, torcedor atleticano e não concordo com a violência nos estádios”, informa o deputado. “Não é possível que torcedores se agridam. Enquanto nós estamos tentando diminuir os altos índices de violência de criminalidade, torcedores se matando, se agredindo por conta de torcida organizada, de clubes, de favoritismo… isto não pode existir”, diz.

Na avaliação de João Arruda, o futebol e o esporte de maneira geral, são ferramentas sociais importantes, “num país onde temos grandes diferenças sociais. Nós precisamos promover o esporte”, disse. Ele lembra o destaque que o Brasil conseguiu, com o esporte: “Nós somos referência no mundo, por conta do futebol. Precisamos usar melhor, esta ferramenta”, completou o deputado, no Contraponto Brasil, programa que foi ao ar na última sexta-feira (13), pela TV Band.

Panorama
O Nordeste é a região com mais confrontos, em função de conflitos de família e vinganças, informa a reportagem. Isso ocorre, segundo a Rede Globo, em função de conflitos entre famílias que detém o poder nestas comunidades.

Hoje os clubes que têm torcidas envolvidas em brigas podem ser penalizados com a perda de mando de campo e multa. Mas, para um promotor de São Paulo, que atua em ações relativas ao futebol, essa punição não é suficiente. “A partir do momento em que o clube perca pontos, o clube vai pressionar a torcida pra ser menos violenta”, Thales Cezar de Oliveira, promotor.

Segundo o Estatuto do Torcedor, a prevenção da violência no esporte é responsabilidade dos clubes, do poder público, da polícia e das federações estaduais e da CBF. Ainda de acordo com o estatuto, os torcedores que participarem de brigas estão sujeitos a até dois anos prisão, além das penas previstas no Código Penal.

Punições
Devido ao confronto entre membros das torcidas organizadas em Santa Catarina, o Atlético-PR pegou 12 perdas de mando de jogo e o Vasco oito. Ambos também foram multados.

Em 2009, após um empate em 1×1 com o Fluminense, torcedores do Coritiba invadiram o gramado do Couto Pereira e entraram em confronto co a Polícia Militar, revoltados pelo rebaixamento do clube para a segunda divisão naquele ano.

Depois da pancadaria, a Justiça proibiu sete torcedores do Coritiba de entrar nos estádios por dois anos. O time perdeu o mando de campo por dez jogos.