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Deliquente sexual da Casa Civil usava carro da prefeitura para violentar suas vítimas

ucho.info

Sol quadrado – Um automóvel Fiat Linea, placas ATZ 2014, de cor preta, pertencente à prefeitura de Realeza, cidade do interior do Paraná, foi usado por Eduardo Gaievski, ex-assessor de Gleisi Hoffmann (PT) na Casa Civil, para estuprar meninas entre 12 e 14 anos. Gaievski, que é investigado pelo Ministério Público por 23 estupros, teria abusado de uma menina de 12 anos dentro do veículo oficial.

A informação é do advogado Natalício Farias, que defende quatro das vítimas do ex-assessor de Gleisi. Ele relata que Gaievski – que à época dos crimes investigados pelo Ministério Público do Paraná era prefeito de Realeza, pelo PT – costumava consumar seus estupros no Motel Je T’Aime. Quando as vítimas eram muito jovens e, evidentemente menores, ele as levava no carro do oficial para um local ermo, próximo ao cemitério municipal e praticava o estupro dentro do veículo.

Os relatos sobre os estupros de Gaievski revelam um horror sem fim, diz o advogado. Uma menina, com 14 anos à época, foi forçada a praticar sexo com o então prefeito mediante chantagem. Se não cedesse aos avanços do deliquente sexual, sua mãe seria demitida da prefeitura. Servidoras públicas eram intimadas a manter relações sexuais com Gaievski em troca de um cargo melhor, sendo que a recusa era rebatida com ameaças de perda do emprego.

Em outras denúncias apresentadas pelo Ministério Público, há relato de que Eduardo Gaievski manteve relações sexuais pelo menos 15 vezes, entre 2008 e 2009, com uma menor de 13 anos de idade. Testemunhas revelaram aos promotores que ele dava dinheiro para uma e depois exigia que arrumasse mais meninas. “Normalmente meninas pobres”, segundo uma testemunha. “Ele as buscava em bairros pobres, inclusive de cidades vizinhas, como Santa Izabel D’Oeste, e cobrava: ‘você não conhece alguém que arruma meninas para fazer programas”.

No dia 31 de maio de 2010, segundo denúncia do MP, Gaievski obrigou, mediante ameaças, uma adolescente de 15 anos a fazer sexo com ele. O Ministério Público também cita a atuação de uma mulher que em três ocasiões teria induzido menores de idade a manterem relações sexuais com o então prefeito, mediante pagamento de dinheiro. Ela agia como uma espécie de agenciadora das meninas, relata Natalício Farias, que além de representar quatro vítimas é assistente da acusação.

Farias diz que com a prisão de Eduardo Gaievski novas vítimas do pedófilo estão aparecendo. Desde 31 de agosto, data da prisão em Foz do Iguaçu, quatro meninas se apresentaram para denunciar o ex-assessor de Gleisi Hoffmann. Caso essas denúncias se confirmem, diz Natalício Farias, o número de estupros envolvendo Gaievski sobem para 27. O número real, que deve ser muito maior porque muitas vítimas têm vergonha, estão casadas e não querem que o marido saiba, talvez nunca seja descoberto.