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Bill Clinton diz que agência dos EUA não deveria ter espionado Petrobras

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O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton afirmou que Washington não deveria ter coletado informações econômicas da Petrobras, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal “O Globo”. Ele considera que a segurança não deve ser usada como pretexto para espionagem econômica.

“Em primeiro lugar, não deveríamos levantar informação econômica sob o pretexto de segurança. Não com um aliado. Isso só deveria ocorrer quando há um acordo de transparência, que é outra coisa. E, nestes casos, falamos abertamente um para o outro o que ocorre”, anotou a Folha de S.Paulo.

Apesar da crítica ao programa promovido pelo aliado Barack Obama, ele defendeu a espionagem realizada pelos Estados Unidos para questões de segurança, mas reconheceu que Washington gasta menos dinheiro que os europeus para proteger a informação.

Para ele, o sistema americano tem brechas que permitem violações, como no caso do ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) Edward Snowden, que revelou o esquema de espionagem de Washington.

Mesmo assim, Clinton afirma que a coleta de dados de telefone e internet em todo o mundo salvou vidas ao evitar ataques terroristas. O americano ainda sugere que todos os países expliquem a seus aliados e à sociedade o rastreamento, cujos objetivos precisam ser entendidos pelas pessoas.

“Agora que o assunto veio à tona, o que devemos fazer é explicar às pessoas o que é a capacidade de rastreamento de informações, dizer qual é a política. Elas precisam ao menos saber, mesmo que não concordem”.

Durante a entrevista, o ex-presidente ainda defendeu a entrada de Brasil e Índia no Conselho de Segurança da ONU por representarem a América Latina e a Ásia, respectivamente. Ele considera que fica difícil justificar a ausência dos dois países com a importância econômica e política que têm.

Clinton também elogiou a saída de milhões de pessoas da pobreza extrema no Brasil e considerou a ascensão à classe média como um dos motivos que levaram às manifestações de julho. Ele ainda apontou o crescimento do país como a razão para retomar a Clinton Global Initiative, que acontece no Rio até terça (10).