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Alô, alô! Gleisi e Bernardo têm ligações com operadoras de telefonia, diz especialista

Do analista dos Planaltos, do blog do Zé Beto

Flávia Lefèvre Guimarães é advogada e consultora da Proteste, maior organização de defesa do consumidor do Brasil. Na sexta-feira passada, mesmo sem querer, ela colocou lenha, fogo e gasolina na campanha para o governo do Paraná ao ser entrevistada pelo jornalista Heródoto Barbeiro no Jornal da Record. Para explicar a maré de reclamações e as denúncias sobre as péssimas condições de funcionamento e os altos custos da telefonia brasileira, ela entrou na seara política e os interesses que se misturam com os das empresas gigantes que dominam o mercado brasileiro. E aí colocou a lente no Paraná e no casal de ministros formado por Paulo Bernardo, das Comunicações, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil.

“O presidente da Anatel (João Rezende) foi assessor do ministro das Comunicações (Paulo Bernardo), quando este era ministro do Planejamento. Fez parte da campanha da esposa do ministro das Comunicações (Gleisi Hoffmann) no Paraná, e hoje a esposa do ministro é ministra da Casa Civil. Então a gente tem o setor das telecomunicações com influências políticas bastante fortes”, diz Flávia Lefèvre Guimarães. (a declaração, no link abaixo, aparece no minuto 6:59 do vídeo)

Flávia denuncia o “relacionamento muito forte” das empresas de telefonia com o governo petista. Segundo a advogada, esse relacionamento ocorre porque essas empresas são “grandes financiadores de campanha”. Os abusos tolerados pelo governo das telefônicas são incontáveis. Para quem não sabe, o Brasil tem 270 milhões de telefones celulares.

Cerca de 80% desses aparelhos funcionam no sistema pré-pago. O minuto de telefone no Brasil é o mais caro do planeta. Por isso, os usuários de telefones pré-pagos usam seus aparelhos mais para receber ligações – são os telefones chamados de “pai de santo”. Uma vez recebida o cidadão mantém contato por um orelhão, com ligações muito mais baratas.

O que o governo e a Anatel fizeram com o orelhão para beneficiar as empresas de telefonia? Em 1987 a meta era de 8 orelhões por mil habitantes. Passado um tempo reduziu-se esse número para 6 por mil. Agora já está em 4 por mil. E a Anatel está querendo reduzir ainda mais. O que vai obrigar as pessoas a usarem um sistema caríssimo de telefonia, com o aval do governo.