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“Pior momento” atrapalha a reeleição de prefeitos aliados ao governo federal

“Pior momento” atrapalha a reeleição de prefeitos aliados ao governo federal

Com menos verba da União e, assim, menos obras para apresentar, candidatos projetam dificuldades na campanha

Atrasos nos repasses de verbas federais para investimentos e custeio da máquina dos municípios, além do ajuste fiscal imposto pelo governo federal, tornaram o caminho da reeleição de prefeitos da base aliada da presidente Dilma Rousseff – e até mesmo a eleição de sucessores – mais difícil no ano que vem. É o caso do prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT), que se elegeu em 2012 com o apoio maciço do PT – casamento que corre o risco de acabar na eleição do ano que vem. As informações são da Gazeta do Povo. (foto de Bruno Covello)

Sem dinheiro para levar à frente promessas feitas durante a campanha passada, boa parte dos prefeitos reclama da condução da economia e já admite um horizonte de dificuldades em 2016.

Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que as cidades deixaram de receber R$ 35 bilhões empenhados no Orçamento de 2014 da União, apenas para investimentos. Do total empenhado, 70% seriam gastos em Educação, Saúde e infraestrutura, áreas que estão mais próximas dos eleitores .

Repasses carimbados para a Educação chegam a atrasar até oito meses, segundo a CNM. Em parte dos programas, as verbas são liberadas duas vezes ao ano e usadas na manutenção da rede.

“Repasses do Mais Educação do primeiro semestre do ano passado atrasaram, e os do segundo semestre ainda estão em aberto. Não existe a garantia de que as verbas serão liberadas este ano no prazo previsto”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, que alerta para reflexos nas eleições municipais: “Como os prefeitos vão explicar à população que não fizeram determinada obra ou deixaram de investir na rede escolar? É um ônibus escolar que deixa de ser comprado, é uma obra que não anda, é um hospital que deixa de ser construído. A população não quer saber de quem é a verba”.

A penúria atinge cidades das cinco regiões do país. De acordo com a CNM, a previsão não é animadora. Os restos a pagar de 2014 serão reavaliados pelo governo federal até julho, e, por isso, não há a garantia de os municípios verem os empenhos liquidados. Ziulkoski reclama ainda do subfinanciamento dos programas federais – as verbas de manutenção estão defasadas.

Curitiba
Penúria que atinge Curitiba. Em viagem recente à Brasília, Fruet incorporou a reivindicação municipalista por mudanças na distribuição de recursos e atribuições dos entes da federação. “Não existe nenhum lugar do mundo esse modelo de concentração das obrigações com as prefeituras”, disse ele, em entrevista ao blog Conexão Brasília.

“Esse é o pior momento para estar no cargo. Depois de conversar com gente experiente como o Marcio Lacerda [prefeito de Belo Horizonte] e o Fortunati [prefeito de Porto Alegre], chegamos à conclusão de que a soma de crise política com econômica jogou todo mundo no cenário mais difícil dos últimos 20 anos, ainda pior para os municípios.”