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Brasil Medalhas 2016 não tem objetivo social nem amplia a prática esportiva, diz João Arruda, ao Jornal da Câmara

O Jornal da Câmara, informativo impresso da Câmara Federal, destacou em sua edição desta segunda-feira (17), a opinião de parlamentares sobre o Plano Brasil Medalhas 2016, lançado na semana passada pelo Governo Federal.

Apesar de considerar a ação “louvável”, o deputado federal João Arruda (PMDB/PR), presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Atividade Física para o Desenvolvimento Humano, criticou a falta de um objetivo social, que amplie a prática esportiva no país.

“Esse projeto não tem um objetivo social nem pretende ampliar a prática esportiva no nosso País, e estabelecer uma cultura saudável. Ele apenas visa o resultado das Olimpíadas em 2016, o que não é uma condição única do esporte”, disse Arruda.

Para Arruda o bom desempenho nas competições esportivas, com mais medalhas e melhores colocações, é um resultado direto do investimento no esporte como um todo, desde sua base, criando uma cultura da prática esportiva com toda a população.

O plano pretende investir na formação de atletas olímpicos e paralímpicos, construção de centros de especialidades esportivas e o aperfeiçoamento dos programas de bolsas a competidores desportivos, visando assim a melhoria da performance brasileira nas Olimpíadas e Paralimpiadas de 2016, que serão realizadas na cidade do RIo de Janeiro.

Confira a íntegra da reportagem de Renata Tôrres no Jornal da Câmara:

Parlamentares avaliam alcance do plano
Brasil Medalhas 2016, do governo federal

O presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Atividade Física para o Desenvolvimento Humano, deputado João Arruda (PMDB-PR), considerou “louvável” o plano Brasil Medalhas 2016, lançado na semana passada pelo governo federal, mas criticou o seu conteúdo.

Na opinião do parlamentar, o plano não estimula a população em geral, principalmente as crianças, a praticar esportes. “Esse projeto não tem um objetivo social nem pretende
ampliar a prática esportiva no nosso País, e estabelecer uma cultura saudável. Ele apenas visa o resultado das Olimpíadas em 2016, o que não é uma condição única do esporte.”

Arruda acrescentou que é preciso haver novas alternativas. “Nós precisamos da criançada participando, de potencializar o tamanho do nosso País e a participação esportiva, para que, por consequência desse projeto, tenhamos medalhas.”

Já o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), rebateu a crítica. “Quando se investe no esporte, acaba -se também [gerando benefícios] na sua plenitude, inclusive nas equipes de base, porque, ao fortalecer os clubes, você está fortalecendo toda a estrutura que envolve o atleta.”

Na opinião de Tatto, é preciso um conjunto de esforços. “É evidente que sempre tem alguém que critica, mas, na verdade, o resultado é que vai dizer. Se precisar fazer ajuste, vamos fazer ajuste, e não criticar simplesmente, falar que isso não vai dar certo.”

Objetivos – Um dos principais objetivos do plano Brasil Medalhas é colocar o País entre os 10 primeiros nos Jogos Olímpicos e entre os 5 primeiros nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Com o plano, o Ministério dos Esportes vai receber R$ 1 bilhão a mais nos próximos três anos para priorizar os investimentos nas modalidades com mais chances de ganhar medalhas. Entre as 21 modalidades olímpicas que vão ter atenção especial estão atletismo, basquete, boxe, canoagem, ciclismo BMX, futebol feminino, handebol, hipismo, judô e natação.

Quinze modalidades paralímpicas também vão receber mais destaque, entre elas, atletismo, bocha, canoagem, esgrima em cadeiras de rodas, futebol de 5 e halterofilismo. As outras modalidades vão continuar sendo apoiadas pelo Ministério do Esporte e seguirão recebendo recursos pelas fontes tradicionais de financiamento federal.

Programa Pódio – Outra novidade do plano Brasil Medalhas 2016 é o Programa Pódio, que inclui nova categoria no Bolsa Atleta, a Bolsa Pódio, e cria a Bolsa-Técnico. Essas bolsas vão pagar até R$ 15 mil mensais para o atleta e até R$ 10 mil por mês aos técnicos.

Os beneficiados do Pódio vão ser atletas de modalidades individuais que estejam situados entre os 20 melhores do ranking mundial e com reais chances de medalhas, além de seus treinadores e a equipe multidisciplinar, formada por preparador físico, nutricionista e atleta-guia, entre outros.

Equipamento e treinamento – O plano Brasil Medalhas prevê recursos para a compra de equipamento esportivo no valor de até R$ 20 mil por atleta. Além disso, vai permitir o apoio a treinamento e competições de atletas no Brasil e no exterior, por meio do pagamento de custos com diárias e passagens.

As outras categorias do Bolsa-Atleta – estudantil, de base, nacional, internacional e olímpica/paralímpica – vão continuar sendo mantidas com os critérios atuais e dentro do orçamento regular do Ministério do Esporte.

O Brasil Medalhas 2016 também vai destinar recursos para construção, reforma e operação de 22 centros de treinamento, selecionados em conjunto com os comitês Olímpico e Paralímpico, as confederações nacionais, clubes, estados e municípios. Serão 21 centros de modalidades olímpicas e 1 paralímpico, seguindo a recomendação do Comitê Paralímpico Brasileiro, que vai unificar todas as modalidades em um só local de treinamento.