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O centro da questão bancária brasileira, por Zé Dirceu

“A piora dos indicadores, especialmente os externos, abre espaço para quedas adicionais dos juros básicos, mas ao mesmo tempo parece impor uma cautela adicional aos agentes econômicos”.

Já que os outros argumentos são irrelevantes e insustentáveis destaquei a frase acima da longa nota do economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Rubens Sardenberg, porque acredito que ela expressa bem o centro da questão bancária brasileira.

Uma vez que um dos principais agentes econômicos quando se trata de crédito e juros é a FEBRABAN e dois bancos – Bradesco e Itaú-Unibanco – a pergunta a ser feita é: os dois bancos atenderão ao interesse público ou aos seus e de seus acionistas?Eles aumentarão o crédito e reduzirão os juros ou continuarão a manter os atuais spreads e regras excessivamente rígidas para os empréstimos? Continuarão a viver da tesouraria ou aceitarão o risco de fazer o país crescer reduzindo os juros e ampliando o crédito?

Aceitarão passivamente a tendência de não emprestar dada a situação internacional ou aproveitarão a oportunidade para crescer para dentro e no nosso entorno natural a América do Sul e a América Latina?

A questão central é essa: os bancos, que funcionam mediante autorização pública e garantidos pelo poder público, por delegação do Estado, podem decidir pelo país, pela nação ou são parte dela e devem acompanhar o poder público legitimado pelo Parlamento em busca do desenvolvimento nacional?