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SISMUFI QUESTIONA PERMANÊNCIA DE SECRETÁRIA DA FAZENDA

O presidente do Sindicado dos Servidores Públicos Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi), Aldevir Hanke, questiona a legitimidade das ações do prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT) ao afastar servidores suspeitos de participar da fraude de redução de tributos municipais em Foz do Iguaçu. “Não concordamos com essas demissões, achamos que são prematuras. Será que existe culpabilidade?”. De acordo com ele, quem deveria ser afastada imediatamente é a secretária municipal da Fazenda, Elenice Nunrberg.

“(…) essa sim já deveria ter sido afastada até o total esclarecimento dos fatos”, disse Hanke em entrevista exclusiva ao Boca Maldita. A avaliação de Hanke é com base nas informações que o ex-vice-prefeito Dilto Vitorassi (PT) prestou à Comissão de Finanças, Economia e Orçamento da Câmara de Vereadores, de que teria informado Mac Donald em março de 2005 sobre as suspeitas de fraudes.

Leia a íntegra da entrevista clicando em Reportagens.

SISMUFI QUESTIONA PERMANÊNCIA DE SECRETÁRIA DA FAZENDA

SISMUFI QUESTIONA PERMANÊNCIA DE SECRETÁRIA DA FAZENDA

O presidente do Sindicado dos Servidores Públicos Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi), Aldevir Hanke, questiona a legitimidade das ações do prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT) ao afastar servidores suspeitos de participar da fraude de redução de tributos municipais em Foz do Iguaçu. “Não concordamos com essas demissões, achamos que são prematuras. Será que existe culpabilidade?”. De acordo com ele, quem deveria ser afastada imediatamente é a secretária municipal da Fazenda, Elenice Nunrberg.

“(…) essa sim já deveria ter sido afastada até o total esclarecimento dos fatos”, disse Hanke em entrevista exclusiva ao Boca Maldita. A avaliação de Hanke é com base nas informações que o ex-vice-prefeito Dilto Vitorassi (PT) prestou à Comissão de Finanças, Economia e Orçamento da Câmara de Vereadores, de que teria informado Mac Donald em março de 2005 sobre as suspeitas de fraudes.

Hanke, 46 anos, é servidor público de Foz do Iguaçu desde 1992 e há 13 meses está na presidência do Sismufi. Ao ser indagado sobre a eficiência da atual administração municipal, ele foi taxativo: “Existe muita coisa errada nesta administração, desmandos e abandono se vê em todos os setores da administração, denúncias novas todos os dias, a questão dos cemitérios, o orçamento deficitário e tantas outras, tudo deve ser apurado”, informou.

O presidente do Sismufi falou ainda sobre a defasagem no vencimento dos servidores, do abandono da Guarda Municipal, a situação das professoras J-40 e como o Sindicato vai acompanhar as investigações das suspeitas que recaem sobre a administração Paulo Mac Donald. Leia a seguir a íntegra da entrevista.

Boca Maldita – O Prefeito Paulo Mac Donald (PDT) anunciou a demissão de dois funcionários supostamente responsáveis por fraudes na Secretaria da Fazenda. Como o Sismufi se posiciona diante disso?
Aldevir Hanke –
Primeiro devo falar que até agora ninguém sabe sequer quem são essas pessoas. Já tentei descobrir o nome desses funcionários, mas ainda não consegui. Não concordamos com essas demissões, achamos que são prematuras. Será que existe culpabilidade? Não houve nenhuma auditoria, não se demite um funcionário público desta forma. Quanto a Elenice (Nunrberg – Secretária da Fazenda), essa sim já deveria ter sido afastada até o total esclarecimento dos fatos.

O senhor acredita na possibilidade do prefeito não saber das fraudes há mais tempo?
É provável sim, pode ser que ele não tinha conhecimento, é preciso investigar. Porém nós defendemos a total transparência das ações públicas, quando isso não ocorre é prejuízo para o cidadão, porque é ele quem paga a conta.

A postura do prefeito então está correta até aqui?
Não, de forma alguma. O Paulo já deveria ter tomado uma providência após os avisos do (Dilto) Vitorassi (PT) ainda em 2005 e mesmo agora com essas demissões parece querer apenas criar uma cortina de fumaça, punir alguns bagrinhos e deixar os peixes graúdos de fora.
Veja bem, falta dinheiro para a aquisição de fardas e coturnos necessários à Guarda Municipal, para se efetuar ações mais efetivas nas áreas sociais, como a reforma de creches, por exemplo, os repasses constitucionais para nós servidores não são feitos de forma correta, dentre outros problemas, mas se dá desconto para os grandes devedores do município, para esse tipo de coisa sempre se dá um jeito.
Não são justos esses descontos para os grandes devedores, além disso, não há publicidade para esse tipo de ação, somente em escândalos como o que vivemos e que se pode avaliar essa prática.

O senhor falou dos repasses que não estão sendo feito. Pode aprofundar este assunto?
Na realidade esse problema começa em 1997, quando o (Harry) Daijó foi prefeito e o Paulo era o vice. Eles deixaram uma defasagem acumulada em 10,36%. Na gestão de Sâmis (da Silva – 2001/2004) houve os repasses do período, mas o atrasado não foi incorporado ao nosso salário. E agora o Paulo, mesmo reconhecendo a diferença do período de 97 a  2000, pretende fechar seu mandato com no mínimo mais 3,96% em atrasos totalizando uma defasagem total de 14,32%

Diante deste quadro, qual o plano de ação do Sismufi?
Continuar cobrando os direitos da categoria. Existe um projeto tramitando na Câmara de Vereadores e paralelamente a isso vamos discutir essa questão na Justiça pelo cumprimento da Constituição Federal que é clara e determina o repasse da inflação para que não haja perdas salariais, fato que o prefeito parece desconhecer e isso está previsto inclusive na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Nenhum tipo de ação está descartada, levaremos as negociações até o limite e não sendo suficiente para resolver o problema vamos ouvir a categoria e encaminhar outras formas de luta e pressão.

Existem denúncias de abandono da Guarda Municipal. Estas denuncias procedem?
Procedem sim. Há muito tempo a corporação da GM cobra mais atenção por parte do prefeito. Falta o básico como já disse antes, de fardas a coturnos, verba para manutenção, etc…, além disso, há o sério problema de desvio de função da guarda. Existem ali valiosos e competentes servidores que lutam para cumprirem seus papéis na sociedade, porém não existe nenhum apoio por parte do prefeito.

Existe um processo no qual um grupo de professores, classificados como J-40, estão reivindicando na Justiça o direito de receber como professores e não como atendentes de creche. O que o senhor sabe sobre isso?
O Jurídico do Sindicato vem acompanhando este caso. A nossa orientação é que este grupo de trabalhadores seja assistido em tudo que for possível pelo Sismufi, as reivindicações deles são justas e nós lutamos para que a Justiça seja restabelecida totalmente.

Já se pode afirmar que existe um mar de lama na prefeitura?
Existe muita coisa errada nesta administração, desmandos e abandono se vê em todos os setores da administração, denúncias novas todos os dias, a questão dos cemitérios, o orçamento deficitário e tantas outras, tudo deve ser apurado.
Ele (prefeito) alega que problemas de gestões anteriores, como por exemplo, a dívida com o INSS o impossibilita de fazer o que deveria ser feito. Mas esse discurso é velho e vazio.
Nós vamos continuar lutando contra todas as irregularidades não mediremos esforços e levaremos essa tarefa até as últimas conseqüências. Uma coisa é certa e líquida o Paulo é um péssimo prefeito para nossa categoria.

A atual diretoria do Sismufi está no comando do Sindicato há 13 meses. Já é possível fazer um balanço deste período?
Sim, claro. Apesar de a conjuntura ser a pior possível, com um prefeito descompromissado e alguns problemas da gestão anterior ainda por se resolver, avaliamos como positiva nossa atuação até aqui, porém entendemos que esta avaliação deve ser feita pela categoria.
Já temos algumas conquistas, por exemplo, o atendimento jurídico satisfatório, a ampliação da sede social e um aumento significativo no número de associados. Buscamos mais abertura e transparência nas ações do Sindicato, queremos estar mais abertos tanto para a categoria como para a sociedade em geral.

(Por Sérvolo de Oliveira)