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Petistas do Paraná se reúnem em desagravo a Zé Dirceu

por Roger Pereira, no Vanguarda Política
Fotos: Boca Maldita

Cerca de 150 petistas paranaense reuniram-se, nesta segunda-feira, na sede do Sindicato dos Bancários de Curitiba, para o que nomearam “Ato em defesa do PT e dos direitos democráticos”, que serviu como um desagravo ao ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por conta do mensalão.

Deputados, lideranças partidárias municipais, dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais receberam o ex-ministro na capital paranaense e condenaram o que chamaram de julgamento político, sem prova e sem direito de defesa.

Das principais lideranças políticas do PT do Paraná estavam presentes os deputados federais Zeca Dirceu (filho de Zé Dirceu) e André Vargas, além dos deputados estaduais Professor Lemos, Péricles Melo e Elton Welter. Um dos organizadores do movimento, o dirigente nacional do partido, disse que o evento era um ato em defesa do PT, o maior prejudicado com o julgamento do mensalão. “Estamos aqui para defender uma instituição construída pela luta do povo brasileiro. O STF que não encontrou provas para condenar o Collor, agora dispensou provas para condenar o PT”, declarou.

Enquanto a maioria dos discursos da noite negou qualquer irregularidade na conduta de Dirceu e dos demais condenados, Socol culpou o sistema, admitindo que o partido errou e precisa tirar lições desses erros. “O PT errou ao acreditar que poderia usar métodos de financiamento eleitoral da direita e ser poupado por aliados de ocasião”, disse, culpando “o flanco das alianças” pelo consequente desgaste do partido

“Escolheu-se pó caminho da governabilidade, mas isso tem um preço. Alianças desse tipo é só com cargo e dinheiro e cabe, agora, aos filiados do PT avaliar se isso deve ou não ser mantido”, declarou. “Mas o STF não considerou que há uma regra, a do presidencialismo de coalisão, usada por todos os governos. E só o PT foi excluído desta regra”, argumentou, defendendo que o governo Dilma avance na Reforma Política “para acabar com esse sistema corrupto”.

Secretário Nacional de Comunicação do PT, o deputado federal André Vargas disse que esse momento pós condenação é o mais grave da história do PT, porque, segundo ele, o partido está sofrendo um ataque político. “Querem atacar a esperança do povo brasileiro. O momento que o STF escolheu para o julgamento (durante as eleições municipais) não é coincidência, mas, mesmo assim, não nos mexemos, pois não vimos motivos para desespero já que não havia nenhuma prova. Mas, ao contrário do mensalão mineiro, não separaram os processos, agruparam, para fazer um grande show e condenar”, declarou, já atribuindo as novas acusações contra o partido, no caso da ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha, à mesma estratégia dos adversários políticos. “Querem tentar separar a Dilma do Lula, o Lula do PT, o PT dos nossos aliados, para tentar voltar a governar o País”, disse.

O mesmo tom de discurso adotou Zeca Dirceu, filho do ex-ministro. “O que estava em jogo era derrubar o PT e abrir caminho para uma elite que sabe que, nas ruas, no voto, nunca mais voltará a governar o País”, disse o deputado. Segundo ele, o PT tem o dever de fazer uma “narrativa verdadeira” sobre o que realmente foi o mensalão para fazer o contraponto. “Ao ler o processo percebe-se que, além da ausência de provas para condenar, há muitas provas para absolver”, declarou.