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Ocupação dos estudantes na UFPR conquista apoio dos técnicos e professores em greve, dando início à negociação conjunta com a Reitoria

Foto: Rodrigo Juste Duarte.

Os estudantes da UFPR (Universidade Federal do Paraná) estão ocupando o prédio central da Reitoria desde terça-feira (3) depois de decisão ter sido retirado em assembleia geral no mesmo dia. A decisão foi tomada após insatisfação dos estudantes com o andamento da negociação com a Reitoria.

Leia mais: Entenda por que os estudantes grevistas da UFPR optaram por ocupar a reitoria.

Assembleia Comunitária – Na manhã de quinta-feira (5) foi realizada uma Assembleia Comunitária no RU Central, com participação das três categorias em greve na UFPR (estudantes, técnico-administrativos e professores). A assembleia teve a presença de mais de 500 grevistas, nas quais os professores e os técnicos apresentaram moções de apoio à ocupação.

“Nós apoiamos [a ocupação], é a posição da assembleia comunitária.” comenta Bernardo Pilotto, membro do comando local de greve dos funcionários técnico-administrativos da UFPR. “Pela primeira vez existe o processo de pauta unificada. Todos podem aprender muito em uma negociação coletiva” disse o professor Luis Allan, presidente da APUFPR (Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná).

Durante a assembleia, foram discutidas e aprovadas pautas das três categorias para serem negociadas conjuntamente com Reitoria da universidade: Contra a EBSERH e o REUNI, criação de creche universitária, limitação do número de alunos por sala de aula, transmissão ao vivo dos órgãos colegiados pela TV-UFPR, dentre outros.

“As pautas conjuntas simbolizam importante compreensão do quão interligadas são as lutas das categorias em defesa da universidade pública, pois dizem respeito ao cotidiano acadêmico de todos, fortalecem o movimento e pressionam a Reitoria a atender as nossas reivindicações.” afirma Tassiane Goldman, estudante da comissão de comunicação da ocupação.

EBSERH – “Essa EBSERH, que começou como Medida Provisória, institui a lógica de gestão privada, pautada no lucro e metas de produtividades, dentro da saúde pública, prejudicando assim a população como um todo: os futuros e atuais trabalhadores da saúde, e a população assistida pelos hospitais universitários.” argumenta Ana Paula Pereira, estudante de Medicina que também compõe a comunição da ocupação.

Depois da assembleia, os grevistas seguiram em ato contra a privatização do Hospital de Clínicas da UFPR através da criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). “Essa MP virou projeto de lei, dando aos HUs liberdade para adesão, o que nós queremos é que a Reitoria se comprometa a manter Hospital de Clínicas da UFPR, uma instituição completamente pública, gratuita e de qualidade.” conclui Ana Paula.

Negociação conjunta – A Reitoria chamou uma reunião hoje (6), às 14 horas, para negociação com as três categorias para negociar essas pautas conjuntas. “Reafirmamos o nosso entendimento de que houve uma ruptura do processo de negociação, mas nós vamos manter a nossa postura de diálogo com as três categorias.” disse a pró-reitora de graduação Maria Amélia Sabbag.

Nessa reunião foram apresentadas e explanadas as pautas pela comissão de negociação conjunta que conta dois membros de cada categoria. A Reitoria chamou para a próxima quarta-feira (11) reunião de negociação para ela apresentar a sua primeira proposta oficial. Segundo os membros dessa negociação, a realização dessa reunião pode ser o primeiro sinal para se obter as conquistas ansiadas pelas três categorias, e o fim da greve e da intransigência por parte da Reitoria e do Governo Federal.