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Maioria das capitais mantém salários dos servidores sem reajuste este ano

Enquanto Curitiba faz as contas, raspando o fundo do caixa, para ver se é possível conceder o reajuste anual para os servidores, a maioria das outras capitais do país já bateu o martelo: funcionalismo municipal fica com os salários congelados este ano.

Uma situação ruim, mas ainda pior em pelo menos nove capitais, cujos servidores tiveram seus vencimentos atrasados ou parcelados em 2017, num exemplo bem acabado do estrago que pode ser gerado por crise econômica acompanhada por anos de gestões irresponsáveis com as contas públicas e leniente com o aumento descontrolado de gastos.

São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Goiânia, Fortaleza, Teresina e Rio Branco, por exemplo. optaram por não aplicar reajuste nenhum nos salários. No total, fora Curitiba, 17 das 27 mantiveram os vencimentos – elas representam 63% das capitais do país.

Entre as que atualizaram os salários, cinco apenas repuseram a inflação ou nem isso, e algumas parcelaram o reajuste em diversos meses.

Em Florianópolis, por exemplo, os 4% de reajuste serão parcelados em quatro vezes e só serão concluídos no primeiro trimestre do ano que vem. Em Palmas, o reajuste de 2017 vai ser escalonado até abril de 2018. Em Campo Grande, só a categoria dos professores teve aumento, também parcelado.

Já Belo Horizonte, vai conceder 2,5% de reajuste, insuficiente para repor a inflação, enquanto Porto Velho cravou 3,5%, igual à infação do período.
Porto Alegre e Rio de Janeiro são os casos mais graves e conhecidos. Além de reajuste zero e atraso nos salários, as duas deixaram de prestar uma série de serviços públicos e cortaram programas sociais, no que se transformou em pesadelo para boa parte dos moradores.

Aqui não – É exatamente este tipo de situação – mesmo que em menor grau – que o prefeito Rafael Greca quer evitar em Curitiba.

Não dá para dizer que a capital é um oásis no deserto porque outras cidades também tomaram medidas de ajuste e vêm mantendo o fôlego de suas gestões. Mas é evidente que as medidas tomadas pelo prefeito com o Plano de Recuperação de Curitiba surtiram efeito.
“Salário é direito sagrado de quem trabalha”, costuma dizer o prefeito, em seu mantra preferido sobre o funcionalismo. Bem verdade que ele vem cumprindo sua prioridade de campanha e mantendo os pagamentos do funcionalismo rigorosamente em dia este ano.

Ao apertar as contas para conceder o reajuste previsto para novembro o prefeito não quer, no entanto, deixar que os avanços obtidos este ano para o conjunto da população se percam.

Greca conseguiu um feito efetivamente de respeito. Diante de situação financeira caótica manteve serviços de saúde em pleno funcionamento, regularizou o abastecimento de remédios, tirou obras da paralisa, retomou a manutenção da infraestrutura da cidade, entre outras ações fundamentais para a cidade não parar e começar a evoluir.

Isso tudo com um rombo orçamentário de R$ 2,1 bilhões herdado de Fruet que transforma ações básicas de manutenção da máquina em verdadeiros desafios financeiros.

O caixa apertado, portanto, não dá muita margem de manobra para Greca, que fica diante da opção bíblica de dividir o pão de um orçamento em frangalhos, mas em franca recuperação. Reajuste de servidores hoje, pode significar falta de dinheiro para remédios, obras etc.

Vingança do pipoqueiro

Essa situação, compreensível sob todos os aspectos do racionalismo econômico e de gestão, no entanto, não sensibiliza alguns servidores. Os sindicatos, como sempre, fazem questão de ignorar os problemas reais para defender seus interesses corporativos – disputa política que leva a situações insólitas e prejudiciais à população.

Um bom exemplo são as ações deliberadas como vingança contra a prefeitura, quando servidores orquestrados pelo sindicalismo de guerrilha criam problemas em repartições públicas para “criar um clima” de problemas – quem duvida do potencial dessas ações irresponsáveis é só reparar na incansável série de reportagens enviesadas da RPC sobre o atendimento nas Unidades de Saúde do município, nas quais surgem bilhetes expostos a público sobre “falta de remédios” que estão na despensa a unidade não existe na unidade.