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Da tribuna, Requião critica Funpresp e o Senado Federal

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) não costuma esconder o jogo, nem deixar de se manifestar por qualquer razão que seja. Quase sempre ácido e crítico, desta vez ele disparou ataque contra a aprovação por parte do PT, PC do B, PSB e PDT do Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) e o próprio Senado Federal, o qual denominou de  “geleia geral em que se transformou o Senado”. Da tribuna, ele confessou seu desencanto com a política brasileira.Para o senador, os políticos de esquerda cortaram os laços com a ideia de transformação da sociedade brasileira, “que em um dia tão distante cultivamos”. Segundo ele, a “grande política” foi escorraçada do Parlamento e dos sindicatos e hoje está confinada aos livros.

Depois de afirmar que o Funpresp é um fundo de investimento no mercado em turbulência, Requião acusou os partidos que o aprovaram – entre eles, o PMDB – de ignorarem a crise global e a brasileira. Segundo ele, o apregoado colchão de reservas internacionais do país, de US$ 300 bilhões, pode ser insuficiente para conter uma eventual saída do capital volátil.

Esses partidos, na avaliação do parlamentar, “não perceberam ainda” que, nos últimos 30 anos, o país está se desindustrializando com as políticas liberais. Ele criticou a ausência de uma “política séria” que contenha o ingresso do “capital vadio” na Bolsa de Valores e evite “a política de terra arrasada” causada pelo dólar barato.

A análise sobre a crise e os partidos de esquerda foi provocada por um comentário da deputada Jô Moraes (PCdoB) de que Requião seria um “rebelde sem causa”, referindo-se a sua oposição ao projeto que regulamenta a previdência complementar do servidor público.

“E, de repente, uma amiga militante do PCdoB transforma toda minha atuação, tenta resumir minha atitude de crítica, de construção e de alerta no Congresso Nacional em uma rebeldia sem causa”, lamentou.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que hoje prevalece “a política de birutas de aeroporto”. Ele disse preferir “a política da bússola” que define rumos mesmo contra a corrente dominante na opinião pública. Cristovam também fez críticas à criação do Funpresp e concordou com a análise de Requião sobre a desindustrialização.

Com informações Gazeta do Povo