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Bairro Alto pede mais creches

Bairro Alto pede mais creches

Com uma população de mais de 46 mil habitantes, o Bairro Alto é uma das regiões de Curitiba que sofre com a falta de vagas nas creches. O bairro também enfrenta problemas por falta de outros equipamentos públicos, como postos de saúde, escolas municipais e, principalmente, falta de vagas para internamento de desintoxicação, além de não contar com linhas do transporte coletivo que liguem a região central do bairro com o centro da cidade. Embora seja administrada pela Regional da Boa Vista, a região é isolada do restante da regional pela antiga BR-116.

Para atender às crianças do Bairro Alto, existem hoje apenas quatro creches municipais e duas conveniadas. De acordo com Gleisi Hoffmann, o primeiro passo para solucionar o problema das vagas será a ampliação dos convênios com as creches comunitárias da região e outras instituições. “No caso específico do Bairro Alto será necessário começar a construir novas unidades, uma vez que o crescimento populacional da região é alto”, analisa. Atualmente, o bairro tem uma taxa de crescimento anual de 1,46%. Para atender à população escolar de ensino fundamental, o bairro conta apenas com duas escolas municipais.

A falta de vagas reflete-se em dramas como o de Darlete da Silva Novaes. Ela tem 20 anos, uma filha de 2,7 anos e vive de trabalhos temporários. Tentou inscrever-se para conseguir uma vaga para a menina há um ano, mas recebeu a resposta da Prefeitura que só teria direito à vaga se arrumasse um trabalho fixo. “Como a pessoa vai conseguir um trabalho fixo se não tem onde deixar a filha?”, questiona Gleisi.

A proposta de Gleisi de inclusão social atinge diretamente o Bairro Alto, que sofre com o grande número de pessoas dependentes do crack. “O Centro Municipal de desintoxicação, que estamos propondo, é uma necessidade urgente. Esse centro vai trabalhar em parceria com instituições que já realizam este trabalho, como as igrejas, por exemplo”, afirma a candidata à Prefeitura de Curitiba pela coligação Curitiba Para Todos (PT-PSC-PRB-PHS-PMN-PTC). No Bairro Alto, este trabalho é feito quase que exclusivamente pelas igrejas.

A área de saúde também é tema de reclamações para a população do Bairro Alto. Hoje, a região conta com dois postos básicos de saúde. O posto 24 horas mais próximo fica na Vila Tingui (do outro lado da BR e está em reforma). “É mais um exemplo da necessidade de contratação de equipes especializadas para atender nos postos dos bairros. A população do Bairro Alto faz parte das filas invisíveis, que aguarda meses para um exame ou uma consulta com um especialista”, afirma Gleisi.

Transporte coletivo

A região também requer um novo planejamento para o transporte coletivo. Hoje, a região mais densamente povoada do Bairro Alto – em torno da Avenida Alberico Flores Bueno – não conta com linhas de ônibus que liguem o centro do bairro com  o centro da cidade. As alternativas são o Interbairros III e uma linha alimentadora, que transporta passageiros para os terminais de Santa Cândida ou do próprio Bairro Alto (localizado na parte sul do bairro). Nos horários de pico, a população enfrenta o problema de superlotação e nos horários alternativos, a espera por um ônibus que as leve a um dos dois terminais pode chegar a 30 minutos.

Na proposta de governo de Gleisi, está prevista a integração entre os bairros do outro lado da BR com a cidade através do projeto original do Eixo Metropolitano. O projeto em execução da Prefeitura, chamado de Linha Verde, não contempla o Bairro Alto, uma vez que vai do Pinheirinho até a altura do Jardim Botânico.