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PMDB admite negociação com PT

Por Ivan Santos, no Jornal do Estado:

O presidente do PMDB do Paraná, deputado estadual Waldyr Pugliesi, confirmou ontem que o partido tem interesse em repetir nas eleições municipais de 2012, a aliança com o PT firmada em 2010 para a eleição estadual.

Na véspera, o deputado federal Zeca Dirceu (PT) afirmou que os dois partidos estariam conversando para tentar chegar a um acordo em torno de candidaturas únicas às prefeituras das principais cidades do Estado. A articulação incluiria ainda o PDT do senador Osmar Dias e o PSC do deputado federal Ratinho Júnior, entre outros partidos da base do governo Dilma Rousseff.

Pugliesi informou ontem que combinou com o presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri, de elaborar uma “radiografia” dos municípios onde os dois partidos poderão fechar aliança para a eleição de prefeitos.

Ele admite, porém, que outros partidos procuraram o PMDB com o mesmo objetivo. “Acho que os assemelhados tem mais condição de ficarem juntos”, avalia.

A meta do PT é eleger 50 prefeitos no ano que vem no Paraná, incluindo três dos dez maiores municípios: Maringá, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. Segundo Zeca Dirceu, o partido está disposto a abrir mão de candidatos próprios nos municípios em que outras siglas da aliança governista tenham nomes com mais chances de vitória. Ele citou, por exemplo, Toledo e Umuarama, onde o PT admitiria apoiar candidatos a prefeito do PMDB e do PDT. Já em cidades como Maringá, Foz do Iguaçu, e Ponta Grossa, os petistas tentam conquistar o apoio dos partidos aliados para seus candidatos.

Em Maringá, o candidato é justamente o atual presidente do PT no Estado, Ênio Verri. Os peemedebistas estariam divididos entre o apoio a ele, ou o lançamento de um candidato próprio. Em reunião na última segunda-feira, a Executiva Estadual do PMDB decidiu cancelar a convenção municipal do partido em Maringá. A alegação é de que uma ala do PMDB maringaense estaria, na verdade, propensa a levar o partido a apoiar um candidato ligado ao ex-deputado federal Ricardo Barros (PP), irmão do atual prefeito, Silvio Barros (PP).

O fechamento das alianças para a eleição de 2012, porém, vai depender de uma decisão do PMDB em relação ao governo Beto Richa (PSDB). Desde a eleição do ano passado, o partido segue dividido entre aderir ao novo governo, ou manter-se na oposição, visando preservar a parceria com o PT da presidente Dilma Rousseff no Estado. Pugliesi admite a divisão, e prevê que a indefinição vai continuar pelo menos até o final deste mês. “Nada será decidido antes do segundo semestre”, diz.

A decisão do PMDB sobre como o partido caminhará no ano que vem terá reflexos diretos nas eleições de 2014. A dúvida é se o partido vai preferir manter a aliança com o PT, que deve lançar a senadora e ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, como candidata ao governo, ou se apoiará a reeleição do governador Beto Richa.