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Moshes e Pogo – Tumulto e Morthal fazem revival do underground dos anos 90 neste domingo (9), em Foz do Iguaçu

De um lado Tumulto e Morthal, duas das mais importantes bandas da história do metal iguaçuense, do outro Error e Mandante, duas bandas atuais que gravaram seu nome e arrebataram dezenas de fãs nos últimos anos. Esses quatro elementos, que tem em comum o som pesado e estridente são a combinação ao estilo “Fogo e gasolina” que prometer incendiar o palco do Zeppelin Old Bar no próximo domingo (09) a partir das 18 horas.

Error e Mandante são duas bandas da nova safra de talentos iguaçuenses. Ambos foram privilegiados pela internet na divulgação de seus excelentes trabalhos e são aclamados por um grande público, formado principalmente por jovens. Do outro lado Tumulto e Morthal são bandas iniciadas na época das “demo-tapes” em fitas K7.

O Tumulto está na ativa desde 1991, e sem dúvidas, é a banda mais festejada entre os “metaleiros“ da cidade, principalmente os da velha guarda. Além do prestigio local, a longa carreira garantiu também o reconhecimento na cena nacional. O Tumulto já tocou ao lado das mais importantes bandas nacionais e se apresentou nos principais palcos do underground no país. Para domingo, a banda pretende apresentar um repertório cheio de surpresas e com várias participações especiais.

O Morthal por sua vez passou os últimos 18 anos no hiato. Em meados dos anos 90, ainda colhendo os frutos do LP, a banda fez shows memoráveis em cidades como Brasília e Assunção (PY). Na época, o estilo mais estridente e pesado do Morthal chocava os desavisados. Os vocais de Nilton Bobato (sim, o vereador Nilton Bobato) eram o cartão de apresentação da banda.

O show de domingo promete ser um grande encontro de gerações. A maioria dos fãs de Error e Mandante nunca tiveram a oportunidade de ouvir as músicas do Morthal ao vivo, nem mesmo as músicas do velho LP “Conflitos Sociais”, que o Tumulto irá apresentar. Por outro lado o show deve atrair muita gente da velha guarda, que irá sair de casa pra matar a saudade das bandas antigas, e vai acabar surpreendido pela qualidade das bandas “mais novas”.

A História por trás da história

Em 1992 Foz do Iguaçu entrava, à força, para um seleto grupo cidades brasileiras que começava a se estabelecer naquele inicio de década: Cidades do interior com produção cultural independente – No caso das bandas de rock, o chamado “Circuito Underground”.

Embora Tumulto e Morthal tivessem estilos distintos (a primeira mais punk, embora não intencionalmente, e a segunda trilhando os rumos do death-metal) o LP gravado pelas bandas surgiu de uma atitude genuinamente “punk” – o Do it Yourself, ou faça você mesmo, na tradução literal. O disco de 12 músicas é dividido entre as duas bandas, no formato conhecido como Split, uma forma de baratear todos os custos de produção.

A gravação foi a primeira do gênero em Foz do Iguaçu e logo ganhou repercussão nacional em revistas e fanzines do gênero. Em uma época onde a informação circulava de mão em mão e dependia da funcionalidade dos correios, onde existia muito mais discriminação contra os cabeludos e arruaceiros do rock n´roll, a tarefa cumprida pelas duas bandas tem o seu lugar assegurado na história.

Curiosamente a noite de lançamento do Split foi coroada pelo show da banda carioca Dorsal Atlântica – uma das populares entre os “metaleiros” da época, e até hoje reconhecida internacionalmente – que também escolheu o ano de 2012 para dar sinais de vida. A banda voltou ao estúdio e gravou um disco de despedida depois de ter se separado em 2001. O disco, apelidado pelos fãs de “2012”, é a primeira gravação em estúdio do Dorsal desde o álbum Straight de 1997.

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