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Foz do Iguaçu integra plano de preservação da Mata Atlântica

As áreas do 34º BIMtz (batalhão de infantaria motorizado) e do parque da Vila A de Itaipu são os dois remanescentes urbanos mais significativos e prioritários no Plano Municipal da Mata Atlântica de Foz do Iguaçu. O documento, aprovado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente agora em julho, passa integrar a cidade nas políticas nacionais de proteção à vegetação nativa do bioma do país.

A Mata Atlântica abrangia 17 estados brasileiros e hoje tem apenas 20%da sua área original de 1,3 milhão de quilômetros quadrados e tem no Parque Nacional do Iguaçu a área mais preservada no sul do país. “O plano é um instrumento legal que direciona e possibilita que o município atue proativamente na conservação e recuperação da vegetação nativa da Mata Atlântica, uma das áreas mais ricas em termos de beleza cênica e biodiversidade do planeta”, disse o presidente do conselho, Gizele Vosgerau.

“Incentiva também experimentos sustentáveis e gestão de ações que conciliem a conservação com o desenvolvimento econômico e cultural, fortalecendo a organização social e a participação do cidadão na gestão das políticas públicas”, completou.

Marco legal – Além das áreas do batalhão da Vila A, o plano prevê outros 20 remanescentes florestais considerados prioridades e que precisam de recuperação ou conservação. A maioria das áreas verdes é particular e precisa de alguma ação ou apoio do poder público para encontrar alguma forma de preservar, conservar ou recuperá-las.

É a primeira vez que Foz do Iguaçu tem um plano para a Mata Atlântica, debatido e com propostas da sociedade civil, universidades, iniciativa privada e poder público e organizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, avalizando a consolidação das diretrizes para a área.

O plano atende à legislação federal e basicamente garante a Foz do Iguaçu o acesso a fundos nacionais e internacionais para a recuperação ou conservação das áreas, e incentivar boas práticas ambientais. “Esse plano exemplifica a consolidação dos importantes marcos da política ambiental do governo municipal”, disse a secretária municipal do Meio Ambiente, Ângela Meira.

“Além de ampliar a capacidade de atendimento, a Secretaria de Meio Ambiente avançou nas políticas estruturantes, com a revisão do marco legal ambiental, bem como os planos e programas socioambientais, muitos deles, desatualizados há mais de 20 anos”, completou Ângela Meira.

Prioridades – A área de 118 hectares do batalhão, no centro de Foz do Iguaçu, está localizada no quadrilátero formado pelas avenidas República Argentina, Juscelino Kubistchek, Venezuela e Paraná. O Exército não abre da área –  dois terços são de reserva ecológica de preservação permanente –  que tem a nascente do Arroio Monjolo, afluente do Rio Paraná, que corta a área central da cidade, canalizado em sua maior parte.

Já a área de 170 hectares da Vila A – entre a BR-277 e as avenidas Tancredo Neves, Araucária e Garibaldi – é cortada ainda pela Avenida Paraná e nascente do Arroio Jupira. Cerca de 150 hectares é de mata nativa.

As margens das áreas estão o Sesc, IFPR (Instituto Federal do Paraná), Centro Espírita Aprendizes do Evangelho, Centro de Medicina Tropical e o CTG Charrua. Na área, próximo das avenidas Tancredo Neves e Araucária, será construído o mercado municipal.

Em parte da área, a Itaipu Binacional está construindo uma ciclovia de 4,8 mil metros que vai circundar o trecho entre a BR-277 e as avenidas Garibaldi, Andradina e Paraná. A obra inclui ainda a construção de calçadas, drenagens, espaço para prática de caminhadas e iluminação complementar

Paralelamente à ciclovia e também à aquisição de terrenos, a Itaipu está fazendo o plantio de 2,7 mil mudas em uma área degradada na entrada da Vila A, para compensar o corte de árvores exigido para a implantação da ciclovia.